Receita do ICMS sobre o comércio eletrônico terá nova repartição entre os estados.
O Senado aprovou nesta quarta-feira
(15) por unanimidade a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 7/2015, que
trata da repartição entre os estados da arrecadação do Imposto sobre Circulação
de Mercadorias e Serviços (ICMS) cobrado sobre mercadorias e serviços vendidos
a distância - isto é, pela internet e por telefone.
A proposta corrige uma distorção
tributária que permitia o recolhimento de todo o ICMS pelo estado de origem,
onde está localizada a loja virtual. O estado comprador, ou de destino, não
recebia nada. Assim, eram beneficiados principalmente os estados mais
desenvolvidos, como São Paulo.
O texto aprovado é o modificado pela
Câmara dos Deputados, que torna gradual a alteração nas alíquotas, atribuindo
aos estados de destino 100% da diferença de alíquotas apenas em 2019. Até lá,
vale a seguinte regra de transição: 20% para o destino e 80% para a origem
(2015); 40% para o destino e 60% para a origem (2016); 60% para o destino e 40%
para a origem (2017); e 80% para o destino e 20% para a origem (2018).
O senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES)
lembrou que não havia previsão constitucional para disciplinar o comércio
eletrônico.
— Nós não tínhamos ainda na
realidade econômica brasileira essas relações comerciais a partir da plataforma
eletrônica, com a facilitação extraordinária na compra e venda de produtos —
disse o senador.
Equilíbrio
Em reunião recente, o Conselho
Nacional de Política Fazenda (Confaz) manifestou-se, pela unanimidade dos 27
secretários da Fazenda, a favor da proposta. A matéria foi aprovada mais cedo
nesta quarta, com calendário especial de tramitação, pela Comissão de
Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ).
O relator, senador Eunício Oliveira
(PMDB-CE), afirmou que a PEC viabiliza a repartição equilibrada e justa do ICMS
no comércio eletrônico interestadual.
— Esse é inclusive um dos melhores
caminhos para a redução da guerra fiscal. A matéria procura essencialmente
reequilibrar essa relação. Aprová-la significa promover uma redistribuição de
receita pública em favor dos estados menos desenvolvidos do Brasil, coerente
com o objetivo de reduzir as desigualdades sociais e regionais — afirmou.
Promulgação
Primeiro relator da matéria, o
presidente do Senado, Renan Calheiros, anunciou a realização de sessão solene
do Plenário nesta quinta-feira (16), às 11h, para promulgar - ou seja, tornar
pública, gerando os efeitos legais esperados - a PEC.
Renan destacou a participação
unânime dos senadores na apreciação da matéria:
— Esse é um mercado que cresce
exponencialmente, a 35% ao ano. E hoje, em todas as compras no comércio
eletrônico, os impostos ficam com os estados produtores e não são repartidos
com os estados consumidores. Amanhã, a partir da promulgação, passarão a ser
repartidos sim — concluiu.
Agência Senado
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