Veneno que matou criança no CE foi dado pela mãe em sorvete, diz polícia.

A
mulher aguardava os resultados da investigação em liberdade e se mudou para o
Recife após o crime, levando o filho mais novo do casal. Ainda nesta semana, a
Polícia Civil deve pedir na Justiça a prisão dela por homicídio triplamente
qualificado.
"A
Cristiane, que dizia ter sido espancada pelo marido, matou o filho envenenado
fazendo uso de sorvete de morango. Não há mais dúvida", afirmou o delegado
nesta quarta-feira (15), após a conclusão do inquérito.
"O
laudo [pericial] reafirma tudo o que a gente já suspeitava, que quem matou o
menino Lewdo foi a Cristiane, a própria mãe, e quem envenenou o pai [de Lewdo
Bezerra] foi também a mãe", disse Wilder, titular do 16º Distrito
Policial.
Na
madrugada de 11 de novembro, o subtenente do Exército Francileudo Bezerra e seu
filho, Lewdo Bezerra, ingeriram veneno para rato, conhecido como
"chumbinho". O pai ficou em coma por uma semana e se recuperou.
Francileudo
chegou a ser apontado como suspeito de homicídio, porque, na madrugada do
crime, a mulher contou à polícia que ele tinha matado o filho com
tranquilizantes e tentado se matar, além de agredi-la. Mas a suspeita foi
descartada após a conclusão do laudo, segundo Wilder Brito.
O
advogado da mulher, Paulo Quezado, disse que ainda não teve acesso ao laudo.
Investigações
O
laudo pericial da segunda reconstituição da morte do menino Lewdo Ricardo
aponta que a mãe da criança fez pesquisas na internet sobre como envenenar
pessoas com chumbinho. De acordo com o delegado e os peritos, Cristiane e
Francileudo usavam o mesmo notebook, mas de formas diferentes.
“Os
equipamentos eletrônicos foram enviados ao núcleo de informática [perícia], e
neles os peritos descobriram situações que precisavam ser esclarecidas”, disse
o perito José Cordeiro de Oliveira. Por isso, segundo ele, houve a necessidade
da segunda reconstituição do crime, feita em 8 de abril.
“Ela
fez pesquisas sobre como envenenar uma pessoa com chumbinho [enquanto o marido
estava trabalhando]”, afirmou o delegado.
De
acordo com o primeiro depoimento da mulher do militar, feito no dia do crime, o
marido obrigou que ela e o filho ingerissem tranquilizantes com objetivo de
matá-los e, em seguida, tentou suicídio com remédios, mas o laudo toxicológico
no corpo do menino indicou que ele morreu por ingestão de veneno de rato.
Imagens da casa
A
polícia divulgou em fevereiro imagens da casa onde ocorreu o crime gravadas no
dia em que foi feita a última perícia no local. São imagens do dia 30 de
dezembro, mostradas pela primeira vez. A equipe encontrou chumbinho no encanamento
da pia.
G1
CE
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