Nona patente do IFPB é desenvolvida por TI de Sousa.
Os autores desse novo método são
Dickson Nascimento Dantas, que é Analista de Tecnologia da Informação no campus
Sousa do IFPB, e Harold Ivan Angulo Bustus, professor da UERN. Dickson conta
que eles chegaram até esse método durante a pesquisa que ele realizou no
Mestrado em Ciência da Computação (UERN/Ufersa), onde foi orientado por Harold
Bustus.
Como destaca Dickson, a previsão de
séries temporais é de grande importância para várias áreas. “Uma das aplicações
que esta tecnologia de software promete é na área de sísmica e engenharia de
petróleo, já que visa estimar e prever o movimento/deslocamento de fluídos em
reservatórios petrolíferos sob regime de prospecção/exploração. Esta invenção
tem potencial para aumentar de forma inteligente o fator de recuperação do
petróleo, que atualmente está em torno de 30%. É uma questão em aberto,
considerada de grande interesse científico e industrial para a indústria do
petróleo”, aponta. A seguir, ele explica o método:
“O algoritmo faz a previsão de
séries temporais de imagens. No estado da técnica atual, as previsões são
feitas no domínio do espaço, sendo restritas a variações nos níveis de cinza
dos pixels, mas sendo ineficazes na estimação/previsão do crescimento/decrescimento
de objetos dinâmicos deformáveis, através de grandes regiões contidas nos
quadros de imagens. A estimação/predição de partículas em movimento não linear,
através de quadros de imagens é um problema complexo, em aberto, de grande
interesse atual.
Nosso algoritmo/Framework é inovador
por fazer essa previsão com redes neurais no domínio da frequência híbrida DCT
e Wavelet. Conseguimos contornar o conhecido problema do
crescimento/decrescimento de grandes regiões evoluindo e mudando através do
tempo, como também conseguimos contornar, com grande precisão, o problema do
rastreamento, detecção, e estimação/predição do deslocamento de partículas em
movimento não linear, através dos quadros de sequencias de imagens em movimento
2D”.
Os dois pesquisadores contaram com
apoio internacional para alcançar os resultados. Um dos mais significativos foi
a da Utexas, Universidade do Texas, em Austin, Estados Unidos. “No decorrer
deste projeto, tivemos resultados muito interessantes em sísmica 4D, com
imagens do sinal AVO (Amplitude Variation with Offset), obtidas a partir de um
reservatório petrolífero da Indonésia. Esses dados públicos foram obtidos via
Madagascar, um pacote de processamento sísmico desenvolvido pela Utexas”,
comenta Dickson.
Eles também testaram e avaliaram a
invenção com dados de imagens de sensoriamento remoto NDVI (Normalized
Difference Vegetation Index), cedidas por uma equipe do Centro de Pesquisas
Espaciais (CSR), da Utexas. “Também avaliamos com sucesso nossa invenção,
usando dados de sensoriamento remoto NDVI, obtidos via Instituto Nacional de
Pesquisas Espaciais (Inpe), visando aplicações na modelagem, estimação e
monitoramento de processos de desertificação do semiárido”, ressalta Dickson
que atua há sete anos no IFPB Sousa. Eles ainda avaliaram o invento com imagens
sintéticas artificiais, simulando deslocamento de partículas sólidas e fluídos
em movimento bidimensional.
Sobre os projetos futuros, Dickson
comenta que as parcerias com a Utexas devem se evoluir. “Estamos também
desenvolvendo contínuas melhorias na nossa invenção, e já temos uma melhor
precisão/acurácia e velocidade de processamento, a serem incorporadas à
invenção nesta patente”, frisa.
Uma cooperação técnica/científica
com uma equipe da Fundação Oswaldo Cruz do Rio de Janeiro (Fiocruz/RJ) também
está iniciando. Eles mostraram grande interesse na aplicação desta invenção na
área de epidemiologia computacional para modelagem espaço-temporal de processos
de difusão de focos de doenças transmissíveis em grande escala, como malária e
dengue. “Nesta nova frente/parceria,
pretendemos aplicar e se possível, transferir esta tecnologia para a
Fiocruz/RJ, visando aplicações na área de saúde e vigilância pública usando
Sistemas de Informação Geográfica (SIG)”, comenta Dickson.
Atualmente, estamos adaptando nossa
invenção à análise de Big Data no contexto multidimensional, para tal efeito
estamos no início de uma parceria e cooperação técnica com uma equipe do
IC/UFF, que dispõe de uma arquitetura distribuída de alto desempenho, alocada
nas nuvens. Os autores pretendem testar e avaliar o desempenho computacional da
invenção técnica, sob esse novo cenário realístico e mais desafiante baseado em
Big Data que a Universidade Federal Fluminense dispõe.
Ana Carolina Abiahy – jornalista do IFPB (com material do
DIT)
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