Paraíba ocupa 12ª posição no ranking de mortes por acidente de motocicletas.
A cada ano, cerca de 45 mil pessoas
perdem suas vidas em acidentes de trânsito no Brasil. A violência envolvendo
particularmente motociclistas está se tornando uma epidemia no país.
A Paraíba ocupa a 12ª posição no
ranking de vítimas de acidentes com motocicletas, com taxa de mortalidade de
9,1 para cada 100 mil habitantes. Entre 2002 e 2012, este número cresceu 322,9%
no estado.
No Brasil, o índice é de 6,3 mortes
por 100 mil habitantes. Dados preliminares do Ministério da Saúde apontam que,
em 2013, os acidentes com motos resultaram em 12.040 óbitos no país, o que
corresponde a 28% dos mortos no transporte terrestre. Na Paraíba, foram 355
mortes em 2013.
Nos últimos seis anos, as internações
hospitalares no Sistema Único de Saúde (SUS) envolvendo motociclistas tiveram
um crescimento de 115% e o custo com o atendimento a esses pacientes de 170,8%.
Na Paraíba, foram 3.169 internações em 2014, representando um gasto de R$ 3,8
milhões.
Diante desse cenário, o Ministério
da Saúde está propondo uma série de ações intersetoriais, que deverão envolver
outras esferas do Governo Federal, governos estaduais e municipais, para
promoção de uma política específica de prevenção aos acidentes com motos. Nesta
semana, o ministro da Saúde, Arthur Chioro, apresentou algumas das iniciativas
em discussão durante a 68ª Assembleia Mundial da Saúde, em Genebra.
“Não dá mais para não agir na
dimensão preventiva dos acidentes com motos. É preciso propor novas medidas e
elevar essa discussão a um problema de saúde pública. Algumas propostas em
estudo são a obrigatoriedade de apresentação da habilitação no momento da
compra da moto, por exemplo, e a possibilidade de financiamento do capacete
como um EPI (Equipamento de Proteção Individual), possibilitando a venda do
item de segurança junto do veículo”, exemplificou o ministro da Saúde, Arthur
Chioro.
Em novembro, o Brasil sediará o 2º
Road Safety, Conferência Global de Alto Nível sobre Segurança no Trânsito, com
o objetivo de repactuar metas e traçar novas estratégias do governo e da
sociedade para garantir a segurança da população e salvar milhões de vidas.
“Uma constatação que observamos no
Brasil, e que já vimos em outros lugares do mundo, é a redução do número de
atropelamentos e acidentes de carro e o aumento de acidentes de motos. A moto
está substituindo a bicicleta e o cavalo e também vem sendo utilizada como um
instrumento de trabalho”, observou o ministro.
NÚMEROS – Segundo o Sistema de
Informações sobre Mortalidade do Ministério da Saúde, o Brasil registrou 4.292
mortes de motociclistas em 2003, número 280% menor do que o registrado 10 anos
depois (12.040). Parte do aumento de acidentes envolvendo motos se deve ao
crescimento vertiginoso da frota no país. Entre 2003 e 2013, o número de
motocicletas aumentou 247,1%, enquanto a população teve um crescimento de 11%.
De 2008 a 2013, o número de
internações devido a acidentes de transporte terrestre aumentou 72,4%.
Considerando apenas os acidentes envolvendo motociclistas, o índice chega a
115%.
Em 2013, o SUS registrou 170.805
internações por acidentes de trânsito e R$ 231 milhões foram gastos no
atendimento às vitimas. Desse total, 88.682 foram decorrentes de motos, o que
gerou um custo ao SUS de R$ 114 milhões – crescimento de 170,8% em relação a
2008. Esse valor não inclui custos com reabilitação, medicação e o impacto em
outras áreas da saúde.
PERFIL DAS VÍTIMAS – Segundo Sistema
de Vigilância de Violências e Acidentes (VIVA 2011), que traça o perfil das
vítimas de violências e acidentes atendidas em serviços de urgência e
emergência do Sistema Único de Saúde em capitais brasileiras, 78,76% das
vítimas de acidente de transporte terrestre envolvendo motociclista são homens,
na faixa etária de 20 a 39 anos. Entre os motociclistas ouvidos, 19,6%
informaram o uso de bebida alcoólica antes do acidente e 19,7% estavam sem
capacete.
“Os acidentes pegam uma faixa etária
delicada da população. Para um país que está envelhecendo, essas pessoas
impactam muito, já que estão em sua idade produtiva. Esses acidentes interferem
no sistema de saúde, na previdência, no trabalho e, principalmente, na vida
pessoal do indivíduo”, lembrou o ministro.
Em 2010, o Ministério da Saúde
implantou o Projeto Vida no Trânsito com o objetivo de reduzir os casos de
mortes e feridos em decorrência de acidentes no trânsito. Entre as ações do
projeto está a realização de campanhas educativas e a qualificação dos sistemas
de informação sobre acidentes, feridos e vítimas fatais.
Com o banco de dados atualizado, os
gestores de saúde podem identificar os fatores de risco e as vítimas mais
vulneráveis nos respectivos municípios, assim como os locais onde o risco de
acidente é maior.
Desde a implantação do projeto, já
foram liberados cerca de R$ 41,3 milhões para as atividades. Em 2012, o
Ministério autorizou o repasse de R$ 12,8 milhões e, em 2013, foram repassados
R$ 13,5 milhões para as capitais dos 26 estados e o Distrito Federal.
Ascom/MS
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