Cisternas 'salvam' escolas do semiárido e afastam risco de fechamento, na Paraíba.
Escolas
de comunidades rurais do semiárido paraibano estão sendo preparadas para
conviver com a seca e a escassez de água. Elas estão recebendo cisternas que
acumulam até 52 mil litros do produto. Os reservatórios devem abastecer a
comunidade escolar e afastar a ameaça de fechamento das unidades por conta
falta de água para alimentar as crianças.
Os
benefícios trazidos com a implantação das cisternas destinam-se não só aos
alunos, professores e funcionários das unidades de ensino. Os reservatórios vão
disponibilizar água também para abastecer as famílias que moram na comunidade.
Na
Paraíba, pelo menos 19 escolas já estão com as cisternas em fase final de
instalação. Algumas estão faltando apenas a tubulação para que sejam
utilizadas.
A
instalação das cisternas faz parte de uma parceria entre o Ministério do
Desenvolvimento Social e Combate a Fome (MDS) e a Associação Programa 1 Milhão
de Cisternas para o Semiárido (AP1MC). A meta da parceria, conforme o MDS, é
instalar cinco mil cisternas escolares em 255 municípios brasileiros.
A
previsão para a Paraíba é de que sejam construídas até o ano que vem 775 unidades,
beneficiando cerca de 27 mil estudantes paraibanos.
Ameaça
afastada
O
Grupo Escolar Gustavo Joaquim da Silva fica na comunidade Logradouro, Zona
Rural de Fagundes, no Agreste da Paraíba, a 120 quilômetros de João Pessoa. NO
local, a expectativa é grande para o momento em a que a água vai estar
disponível no reservatório.
A
cisterna está construída, esperando apenas a instalação da tubulação para que
possa ser abastecida, o que deve acontecer ainda neste segundo semestre letivo.
Funcionários,
alunos, professores e até os pais esperam que as cisternas afastem de vez o
sofrimento de ver escolas ameaçadas de fechamento por conta da falta d'água,
como acontece sempre nos períodos mais críticos de seca.
A
secretária de Educação de Fagundes, Cristina Gonçalves, informou ao Portal
Correio que as cisternas não trouxeram só a oferta de água, mas também
conscientização sobre o uso racional.
"Tivemos
a visita de técnicos que fizeram um trabalho de conscientização e informação
sobre como a comunidade escolar e toda a população rural devem proceder em
relação ao uso da água que iremos dispor", disse.
Em
um primeiro momento, são seis escolas beneficiadas com a implantação das
cisternas em Fagundes, mas a perspectiva é de que, até 2016, os reservatórios
sejam construídos em 15 das 33 unidades de ensino do Município que estão
localizadas na Zona Rural.
Cristina
disse que a metade dos cerca de 2,2 mil alunos matriculados na rede municipal
de ensino de Fagundes vive e estuda no campo. Ela falou ainda que, antes do
programa, as escolas já recebiam o líquido através de carros pipas e algumas já
tinham cisternas, mas nenhuma de grande porte como as que estão sendo
construídas pela parceria MDS e AP1MC.
"O
interessante é a capacidade de armazenamento de água dessas cisternas. Uma vez
abastecidas, elas irão garantir água por um período maior e dará mais segurança
em relação ao funcionamento dessas escolas", analisou.
Mais
qualidade
Outro
município beneficiado com o programa de cisterna nas escolas é Paulista, no
Sertão, a 410 quilômetros da Capital. Lá, todos as escolas da Zona Rural foram
contempladas com a parceria, beneficiando 638 alunos.
A
secretária de Educação de Paulista, Denise Vilar, destacou que além da
acessibilidade, as comunidades terão água com mais qualidade. Ela disse que
antes do programa, as escolas tinham que ser abastecidas com água de poços,
pequenos açudes, barragens e cacimbas e o transporte era feito em carroças.
"Em
época de escassez, temos que usar baldes e latas para transportar e usar a água
para os serviços essenciais nas escolas", contou.
A
secretária avaliou o programa das cisternas como importante para a convivência
com a seca porque beneficia não só as escolas, mas também toda a comunidade
onde ela está localizada.
"Vivemos
em um período de estiagem em que não temos boas perspectivas quanto à
disponibilidade de água e não só as cisternas como também o trabalho de
conscientização irão melhorar e muito a vida de todos que moram nas comunidades
beneficiadas", disse.
Abastecimento
As
cisternas instaladas nas comunidades rurais serão abastecidas com água
fornecidas pelos caminhões pipa do exército. A capacidade de armazenamento de
cada uma delas é de 52 mil litros. O produto poderá abastecer as escolas por
até oito meses.
De
acordo com o Ministério do Desenvolvimento Social, a seleção e cadastramento
das escolas beneficiadas com as cisternas é realizado por entidades contratadas
pela Associação Programa 1 Milhão de Cisternas para o Semiárido (AP1MC) e
credenciadas pelo MDS.
Todo
o processo conta com a participação de entidades representativas das
comunidades, secretarias municipais de Educação, Conselhos Municipais e
lideranças comunitárias. O MDS informou ainda que a lista de escolas
localizadas em municípios que sofrem com o problema da escassez de água,
baseada no censo escolar, também é levada em conta durante a seleção.
correio
Nenhum comentário