Governo confirma 230 casos de microcefalia relacionada à dengue.
Com
3.893 notificações de casos suspeitos de microcefalia causada pelo vírus Zika,
o Ministério da Saúde confirmou 230 até agora. Boletim epidemiológico divulgado
hoje (20) mostra que as notificações foram registradas em 764 municípios de 21
unidades da federação.
Desde
outubro do ano passado a notificação de microcefalia pelo sistema de saúde é
obrigatória, em função do aumento inesperado da ocorrência da malformação
devido ao vírus Zika. Nas duas primeiras semanas de 2016 foram notificados 728
casos suspeitos de microcefalia.
O
ministério descartou 282 registros da malformação. Foram registradas também 49
mortes pela malformação congênita, e destas, seis tiveram confirmada a relação
com o vírus Zika. O boletim traz o resultado da investigação laboratorial do
sexto caso, um bebê com microcefalia em Minas Gerais, que teve a relação com o
zika diagnosticada em laboratório.
De
acordo com o diretor do Departamento de Vigilância de Doenças Transmissíveis do
Ministério da Saúde, Cláudio Maierovitch, os sistemas de saúde dos estados
estavam interpretando de forma diferente o protocolo para registro dos casos.
Por isso, houve problemas para a confirmação.
O
governo, então, atualizou o protocolo para que as interpretações fossem
unificadas. “Nos próximos boletins talvez possamos falar com mais segurança dos
casos confirmados e descartados”, disse o diretor.
Pernambuco,
com 1.306 casos suspeitos, 33% do total, é o que tem o maior número de
registros. Em seguida estão Paraíba, com 665 casos, Bahia, com 496 e o Ceará,
com 216. O Rio Grande do Norte tem 188 casos.
Carnaval
Apesar
da intensa circulação de pessoas pelo país durante o carnaval, Maierovitch
acredita que não haverá ampliação da área afetada pelo vírus, porque ele está
presente em praticamente todos os estados.
O
que pode acontecer é que as pessoas peguem a doença no lugar que estão
visitando, disse o diretor, acrescentando que o zika não é transmitido de
pessoa para pessoa. O diretor ressalta que a prioridade do Ministério da Saúde
é prevenir a malformação controlando o mosquito.
Notificação
Segundo
Maierovitch, o ministério estuda alterar a metodologia de notificação do zika.
Atualmente é usado o método sentinela, pelo qual alguns casos de uma região são
comprovados laboratorialmente e os seguintes por diagnóstico clínico. Os
serviços de saúde não são obrigados a registrar todos os casos da doença uma
vez que a capacidade de diagnóstico é baixa e, 80% dos infectados não
apresentam sintomas.
A
capacidade atual dos laboratórios é de aproximadamente mil diagnósticos de zika
por mês. A expectativa é que nos próximos meses a capacidade chegue a 20 mil.
Maierovitch disse que, mesmo que o método de registro continue sendo o
sentinela, a representatividade com esta nova capacidade de notificação estará
mais próxima da realidade.
Agência
Brasil
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