Peritos do INSS voltam ao trabalho na segunda-feira, mas mantêm estado de greve.
Após
mais de quatro meses em greve, os médicos peritos do Instituto Nacional do
Seguro Social (INSS) devem voltar ao trabalho na próxima segunda-feira (25). A
greve começou no dia 4 de setembro do ano passado.
O
presidente da Associação Nacional dos Médicos Peritos (ANMP), Francisco Eduardo
Cardoso, informou que será mantido o estado de greve e que os profissionais
farão apenas o atendimento àqueles que ainda não se submeteram à perícia médica
inicial. Segundo Cardoso, não estão descartadas novas paralisações. A greve dos
médicos peritos foi iniciada o dia 4 de setembro do ano passado.
“Só
vamos fazer atendimentos emergenciais dos que não passaram pelas perícias. As
perícias já dadas, casos de acidente de trabalho, aposentadoria especial,
aposentadoria por invalidez – qualquer um desses serviços vai continuar
paralisado. O foco é o atendimento inicial do auxílio-doença. Quem tiver
perícia de prorrogação, nem adianta aparecer porque não vai ser atendido”,
disse o médico. Segundo Cardoso, o atendimento não será normalizado enquanto
não houver avanço nas negociações com o governo.
A
decisão de retornar ao trabalho foi tomada em assembleia geral extraordinária
da categoria no último dia 16, conforme registra nota da ANMP divulgada à
imprensa. “Os peritos médicos do INSS irão retornar aos postos de trabalho, em
estado de greve, para manter apenas o atendimento essencial, ou seja, aqueles
que ainda não se submeteram à perícia médica inicial. Os segurados que já se
encontram amparados pelo benefício previdenciário têm seus direitos mantidos e
deverão continuar recebendo”, diz o texto.
Em
nota divulgada hoje, o instituto diz que o retorno dos peritos ao trabalho
“permitirá ao INSS envidar esforços para uma rápida e completa regularização do
atendimento à população, reduzindo o tempo de espera pela perícia médica e
agilizando a conclusão dos processos represados”. Além disso, o INSS informa
que os direitos dos segurados e os efeitos financeiros dos benefícios
concedidos retroagem à primeira dada agendada, mesmo que a perícia médica tenha
sido remarcada durante a paralisação.
Conforme
estimativa divulgada pelo INSS no início deste mês, mais de 1,3 milhão de
perícias deixaram de ser feitas desde o começo da greve.
Entre
as reivindicações dos profissionais está o aumento salarial de 27,5%, em no
máximo duas parcelas anuais, a efetivação em lei da redução da carga horária de
40 horas para 30 horas semanais, a recomposição do quadro de servidores e o fim
da terceirização da perícia médica, com retorno da exclusividade da carreira
médica pericial.
Em
nota divulgada no início do mês, o Ministério do Planejamento informou que o
governo apresentou, em ofício enviado à Associação dos Médicos Peritos no dia 8
de dezembro, proposta que abrange a maioria dos pontos exigidos na mesa de
negociação. De acordo com o ministério, os termos do acordo encaminhado aos
peritos médicos incluem os mesmos itens oferecidos às demais categorias do
funcionalismo, como reajuste de 10,8%, a ser pago em duas vezes, e reajuste dos
benefícios sociais.
Agência
Brasil
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