Paraíba tem o 4º menor investimento em saúde pública do país.
Moradora
do Róger, em João Pessoa, Geralda Conceição revela que espera até 15 dias por
uma consulta no posto de saúdo bairro. Mas, se a procura for por atendimento
especializado, como cardiologista, e ela tiver de ir até um hospital da rede
estadual a demora ultrapassa 30 dias. Essa precariedade na saúde pública pode
ser reflexo do baixo investimento no setor por parte dos gestores públicos, o
que colocou a Paraíba em quarto lugar no país com o pior investimento em saúde.
A informação está em pesquisa divulgada ontem pelo Conselho Federal de Medicina
(CFM).
A
Paraíba está à frente apenas do Pará, Maranhão e Mato Grosso do Sul. De acordo
com o CFM, o Estado investe R$ 0,85 por pessoa ao dia, enquanto a média
nacional dos estados é de R$ 1,38. Já João Pessoa apresenta investimento
superior, de R$ 2,26 por pessoa por dia, acima da média das capitais
brasileiras, de R$ 1,87.
Os
dados fazem parte de um levantamento realizado em parceria com a ONG Contas
Abertas, a partir de informações sobre as despesas apresentadas pelos gestores
à Secretaria do Tesouro Nacional, do Ministério da Fazenda, por meio de
relatórios resumidos de execução orçamentária. Os números são referentes a
2014.
No
total, foram aplicados aproximadamente R$ 1,2 bilhão no Estado apenas na área
de saúde. Por ano, esse valor representa um investimento de R$ 310,36 por
pessoa, valor que também está abaixo da média dos Estados, de R$ 502,77.
Para o
diretor do Departamento de Fiscalização do Conselho Regional de Medicina
(CRM-PB), João Alberto Morais, a principal origem dessa deficiência está na má
gestão dos recursos públicos. “No Brasil, investe-se muito pouco em saúde, em
média cinco vezes menos em relação aos países desenvolvidos”, conta. Segundo o
diretor, os hospitais públicos carecem de itens básicos, como higiene,
medicamentos e estrutura para realização de exames.
Segundo
o estudo, João Pessoa tem indicadores melhores em relação ao Estado. A capital
investiu R$ 652 milhões, o que representa média de R$ 2,26 por habitante ao
dia. A média das capitais brasileiras é de R$ 1,87. O município está entre os 10
brasileiros mais bem situados no ranking. Entre as capitais do Nordeste, fica
atrás só de Teresina (PI), que tem uma média de R$ 2,91 por habitante ao dia.
O
secretário de Saúde da capital, Adalberto Fulgêncio, disse que 22% do orçamento
da prefeitura é destinado a investimentos na saúde, sobretudo na rede de
atenção básica. Ele disse que são gastos, em média, R$ 500 milhões por ano no
setor da saúde pública e outros R$ 12 milhões na rede conveniada.
A
Secretaria de Estado da Saúde foi procurada, mas até o fechamento desta edição,
não deu resposta.
JPOnline
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