Lula minimiza derrota do governo em comissão sobre impeachment.
RIO
DE JANEIRO (Reuters) - O ex-presidente da Luiz Inácio Lula da Silva minimizou
nesta segunda-feira a derrota do governo na comissão especial da Câmara dos
Deputados que analisou o pedido de abertura do processo de impeachment da
presidente Dilma Rousseff e disse que o importante é a votação pelo plenário da
Câmara, no domingo.
Em
discurso em ato de apoio à presidente Dilma no centro do Rio de Janeiro, Lula
criticou o que chamou de golpe conduzido por parte da elite brasileira
inconformada com a ascensão das minorias no país.
"Eles
agora querem dar um golpe na Dilma. A comissão acabou de derrotar a gente. Mas
isso não quer dizer nada porque a comissão foi montada pelo (presidente da
Câmara dos Deputados) Eduardo Cunha (PMDB-RJ)", disse Lula. De acordo com
os organizadores, o ato reuniu 50 mil pessoas.
"O
que temos que ter clareza é no domingo. Nós sabemos que temos que conversar com
os deputados porque os empresários estão fazendo pressão para derrotar a
Dilma", acrescentou.
A
comissão especial aprovou o parecer do relator Jovair Arantes (PTB-GO)
favorável ao encaminhamento do processo de impeachment da presidente Dilma por
38 votos a 27 votos. O parecer deve ser apreciado pelo plenário da Câmara no
domingo. No plenário, são necessários 342 votos dos 513 deputados para
autorizar o Senado a instaurar o processo contra a presidente.
No
discurso, o ex-presidente também criticou a política econômica adotada pela
presidente Dilma no segundo mandato, e repetiu que somente aceitou o convite
para voltar ao governo, o que não se concretizou por decisão da Justiça, depois
de convencer a presidente a mudar a política econômica.
"A
Dilma me chamou e eu disse que voltava, mas que a gente tinha que ter outra
política econômica porque o pobre não é problema é sim solução”, declarou.
Mais
cedo, Lula participou de outro ato no centro do Rio que teve a participação de
artistas, como o cantor e compositor Chico Buarque, a cantora Beth Carvalho, o
teólogo Leonardo Boff, entre outros.
(Por
Rodrigo Viga Gaier)
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