Paraíba registra 56 ataques a bancos no 1º semestre de 2016, diz sindicato.
A Paraíba registrou 56 ocorrências de
violência contra bancos no primeiro semestre de 2016, segundo balanço realizado
pelo Sindicato dos Bancários da Paraíba. Entre os casos, houve 32 explosões, 16
arrombamentos, três assaltos, três tentativas e duas saidinhas de banco.
De acordo com o Secretário de Estado de
Segurança e Defesa Social (Seds), Cláudio Lima, a maior preocupação do governo
é com as explosões, tendo em vista que causam danos maiores para as agências e
para a população. No entanto, ele contesta o investimento em segurança de
alguns bancos. “A situação é grave, reconhecemos, mas é necessário uma operação
de inteligência da polícia e dos bancos”, ressalta o secretário, citando a
implantação de um monitoramento das câmeras de segurança das agências.
Ainda conforme Cláudio Lima, é preciso
conversar individualmente com os bancos e Ministério Público para depois dar
uma resposta mais clara para a população sobre a situação. Além disso, o
secretário explicou que a Seds está em parceria com o estado de Alagoas e a
cidade de Natal, para unir reforços em combate às ocorrências.
O secretário geral do Sindicato dos
Bancários, Paulo Sérgio, avaliou os números de maneira negativa e também alerta
para a falta de uma segurança mais rígida nas agências bancárias e nos caixas
eletrônicos do estado. “Os números mostram que está acontecendo cada vez mais ousadia
na prática dos crimes. Falta investimento por parte dos bancos, que mesmo em
época de crise têm uma lucratividade muito alta”, comentou.
O que o Sindicato dos Bancários tem feito,
de acordo com Paulo Sérgio, é denunciar às autoridades a falta de segurança
dentro das agências. Além disso, ressalta que falta investimento por parte do
setor público nessa mesma área. “Nós temos cobrado, temos feito as audiências
públicas e solicitado mudanças junto às superintendências dos bancos. É isso
que está ao nosso alcance”, frisou.
Cláudio Lima concorda que os anos de 2015 e
2016 registraram números preocupantes, mas diz que o Estado sozinho não pode
resolver. “Se for feita uma análise bem meticulosa, os bancos estão cada vez
mais expandidos, com extensão para a agência dos Correios, por exemplo. Isso
inclui preocupação patrimonial”, ressaltou.
Segurança
nos bancos é Lei Federal
Os bancos devem seguir a Lei Federal nº
7.102/83 e sua regulamentação. De acordo com a Federação Brasileira de Bancos
(Frebraban), nos termos dessa legislação, todos os estabelecimentos bancários,
incluindo agências e postos de atendimento, são obrigados a submeter à Polícia
Federal um plano de segurança para que possam funcionar. No entanto, para o
secretário geral do Sindicato dos Bancários, Paulo Sérgio, não é isso que está
acontecendo. “O bancário trabalha com medo e a população também está assutada”,
frisou.
A Frebraban informa que tem acompanhado
todos os ataques a caixas eletrônicos com extrema preocupação. A entidade
destaca que os danos das explosões forçam as instituições financeiras a
reformarem o local e a repor os equipamentos danificados, sem reaproveitamento
de peças ou maquinário. Esse prejuízo não é somente da rede bancária, mas de
toda a população. Ainda de acordo com a Frebraban o investimento na segurança
dos bancos é na ordem de R$ 9 bilhões.
Para a entidade, é necessário combater as
causas desses crimes impedindo que os bandidos tenham acesso fácil a
explosivos; desorganizando as quadrilhas, o que se faz com ações de inteligência;
e dificultando o acesso dos bandidos ao produto do crime.
Para o secretário geral do Sindicato dos
Bancários, essas ações, que remetem a uma falta de segurança, “prejudica a
economia da cidade, já que em alguns municípios as pessoas precisam se deslocar
para agências de cidades vizinhas”.
Estatísticas
anteriores
Os ataques a bancos têm sido frequentes
desde 2012, inicialmente com um número mais expressivo de explosões. Em relação
ao primeiro semestre, em 2013 foram 85 casos e em 2014 baixou para 65. No ano
de 2015, os números aumentaram novamente para 77 ocorrências. E voltou a
diminuir em 2016, com 56 casos.
G1
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