'Exemplo' para deputados paraibanos, TCM é extinto por Assembleia do Ceará.
Citado como exemplo pelos
deputados estaduais paraibanos, o Tribunal de Contas dos Municípios (TCM) foi
extinto pela Assembleia Legislativa do Ceará (ALCE), nesta quarta-feira (21),
sob o argumento de reduzir custos para os cofres públicos. A Proposta de Emenda
à Constituição (PEC) tramitou em regime de urgência e foi aprovada pela
Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJR) da ALCE. Em dois turnos,
sendo o primeiro com 31 votos a favor, 12 contra e uma abstenção; e o segundo
com 31 ''sim'', nove ''não'' e uma abstenção.
Uma comitiva de deputados
governistas da Paraíba viajou para Fortaleza, em novembro de 2015, para visitar
o Tribunal de Contas do Município do Ceará.
Estavam na comitiva os
deputados Adriano Galdino (PSB), Gervásio Maia (PSB), Genival Matias (PTdoB),
Lindolfo Pires (DEM), Buba Germano (PSB) e Hervásio Bezerra (PSB), com o
objetivo de trocar informações e conhecimentos para implantação do Tribunal de
Contas dos Municípios da Paraíba. Apesar do governo dizer que desconhecia a
intenção de criar o TCM, a Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB) trabalhou
pela implantação do órgão.
Na ALCE, servidores do TCM
ocuparam por dois dias consecutivos a arquibancada das sessões da comissão. Não
houve resistência de deputados membros da CCJR no momento da aprovação do
texto. Odilon Aguiar (PMB), primo do presidente eleito do TCM, Domingos Filho,
Doutora Silvana (PMDB) e Roberto Mesquita (PSD), que criticavam principalmente
a urgência na apreciação da matéria, não compareceram à sessão que aprovou a
admissibilidade da PEC de autoria do deputado estadual Heitor Férrer (PSB).
Emenda de autoria dos
deputados Walter Cavalcante (PP) e Heitor Férrer garantem estabilidade de 90
dias para contratos administrativos - os terceirizados e comissionados - para o
Tribunal de Contas do Estado do Ceará (TCE-CE), que deve abrigar todos os
funcionários no caso de aprovação da PEC, avaliar se precisará da mão de obra
em questão. “Temos que seguir os 23 estados que têm apenas um Tribunal fazendo
a fiscalização”, afirmou Heitor.
O deputado conseguiu 17
assinaturas para incorporar emenda modificativa à PEC. No texto original, ele
propunha a fusão do TCM e do Tribunal de Contas do Estado (TCE). “Mudei para
extinção, porque já é algo que já foi discutido. O Supremo Tribunal Federal já
tem casos como esse, por isso não seria um caso questionável na Justiça”,
explica o autor.
De acordo com a proposta
de Heitor, os conselheiros do TCM ficariam à disposição do Estado, mas não
atuariam. O salário deles continuaria sendo pago. Mediante à saída de um
conselheiro do TCE, um dos atuais conselheiros do TCM poderá ocupar a vaga.
O TCM do Ceará tem 700
terceirizados. Cinco dos sete conselheiros do órgão já poderiam ter se
aposentado. Em nota, a assessoria afirma que o órgão mantém 170 terceirizados
em seu quadro de pessoal.
O Conselho Regional de
Administração do Estado do Ceará (CRA-CE), a Associação Nacional Ministério
Público de Contas (Ampcon) e Conselho Nacional de Procuradores Gerais de Contas
(CNPGC) também se posicionaram contrárias à PEC.
Correio


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