STF pede que Senado explique projeto que altera Lei de Telecomunicações.
A presidente do Supremo
Tribunal Federal (STF), Cármen Lúcia, pediu ao Senado Federal que explique a
tramitação de projeto que altera a Lei Geral de Telecomunicações no prazo de
dez dias. A advogada-geral da União, ministra Grace Maria Fernandes Mendonça, e
o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), foram oficiados da decisão.
Em mensagem postada em uma
rede social, a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB/AM) destacou que a decisão da
ministra atendeu a pedido feito por ela e pelo senador Paulo Rocha (PT-PA) para
suspender a tramitação do projeto que modifica a Lei Geral das Telecomunicações.
A senadora enfatiza que, no despacho, a ministra pede explicações ao Senado
pelo rápido andamento do Projeto de Lei da Câmara (PLC), “que seguiria para
aprovação sem nenhuma votação em plenário”. “Com a decisão, o Senado Federal
tem dez dias para se posicionar a respeito da matéria, que não poderá seguir
imediatamente para a sanção do presidente Michel Temer (PMDB)”, destacou a
senadora.
Na última quinta-feira
(22), os senadores de oposição se reuniram com a presidente do Supremo para
pedir urgência no julgamento da ação liminar na qual os parlamentares pretendem
suspender a tramitação do projeto que muda a Lei Geral de Telecomunicações. A
matéria foi aprovada no dia 6 de dezembro na Comissão Especial do
Desenvolvimento Nacional do Senado. Antes de recorrer ao STF, os parlamentares
protocolaram o mesmo recurso na Mesa Diretora do Senado.
De acordo com a senadora
Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), o texto deveria tramitar em pelos menos três
comissões que envolvem a matéria e passar por votação no plenário. Para a
senadora, o projeto de lei não foi levado ao plenário porque os defensores do
texto "tiveram receio do debate para favorecer interesse de alguma
empresa".
Uma das principais
alterações na Lei Geral de Telecomunicações é a que permite a adaptação da
modalidade de outorga do serviço de telefonia fixa de concessão para
autorização, mediante solicitação da concessionária. Segundo a proposta
aprovada, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) vai deliberar sobre o
pedido mediante o cumprimento de requisitos específicos, como a garantia da
prestação de serviço em áreas sem concorrência e a continuidade dos contratos
já assumidos.
Entidades criticaram a
falta de debate sobre mudanças nas telecomunicações. O Instituto Brasileiro de
Defesa do Consumidor (Idec), a Associação Brasileira de Procons e outras 18
organizações civis assinaram uma nota de repúdio contra o ato da Mesa Diretora
do Senado Federal que rejeitou recursos parlamentares que pediam a análise em
plenário do projeto de lei. As organizações alegam que o projeto não foi
discutido democraticamente no Senado e que manobras regimentais violaram
direitos.
Da Agência Brasil
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