PM domina todo presídio do RN; mortos podem passar de 30, diz Itep.
O número de mortos durante
a rebelião na Penitenciária Estadual de Alcaçuz, no Rio Grande do Norte, pode
passar de 30, segundo o Instituto de Técnico-Científico de Polícia (Itep). A
rebelião começou na tarde de sábado (14) e terminou 14h depois já na manhã
deste domingo (15). De acordo com a Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejuc),
toda a penitenciária está dominada pela polícia e o trabalho de perícia já foi
iniciado.
"Já iniciamos o
trabalho de perícia", disse Marcos Brandão, diretor do Itep/RN. De acordo
com fontes do governo, o número de mortes deve passar de 30. O Itep montou uma
'operação de guerra' para receber os corpos. Uma carreta frigorífica foi contratada
para armazenar os corpos e legistas do Ceará e da Paraíba vão auxiliar no
processo de identificação.
Nove presos que estavam
com ferimentos graves foram transferidos para o Pronto-socorro Clóvis Sarinho,
em Natal. De acordo com a direção do hospital, nenhum deles corre risco de
morte, mas não há previsão de alta.
Em entrevista coletiva
realizada na manhã deste domingo (15) o Governo do Estado informou que
identificou pelo menos seis líderes da rebelião. De acordo com a Secretaria de
Justiça e Cidadania (Sejuc), o governo vai pedir a transferências dos líderes
para presídios federais. Outros detentos devem ser transferidos ainda neste
domingo (15) para outras unidades prisionais do estado.
O titular da Sejuc,
Wallber Virgolino, confirmou que os presos do pavilhão 5 invadiram o pavilhão
4. Segundo ele, um trabalho de contenção realizado por agentes penitenciários
com o uso de bombas de efeito moral evitou a entrada dos rebelados no pavilhão
1. "Em termos de número de mortes essa é a maior rebelião da história do
Rio Grande do Norte", disse.
Ainda de acordo com o
secretário, a rebelião no Rio Grande do Norte não tem relação confirmada com os
motins no Amazonas e em Roraima. "Não há confirmação de relação, mas com
certeza as rebeliões naqueles presídios incentivou o que aconteceu aqui",
disse Virgolino.
Três equipes de delegados
da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) e 15 homens estão
responsáveis pela perícia dos locais de crime.
A Penitenciária de
Alcaçuz, segundo o governo, ficou parcialmente destruída e não há previsão para
reconstrução. Ainda na tarde de sábado (14) um detento fugiu da penitenciária,
mas foi recapturado em seguida.
Sobre
a rebelião
A rebelião começou com uma
briga entre presos dos pavilhões 4 e 5 por volta das 17h de sábado (14). De
acordo com a presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários, Vilma Batista,
homens em um carro se aproximaram do presídio antes da rebelião e jogaram armas
por sobre o muro.
Segundo o governo, a briga
estava restrita aos dois pavilhões. O pavilhão 5 é o presídio Rogério Coutinho
Madruga, que fica anexo a Alcaçuz. Há separação entre presos de facções
criminosas entre os dois presídios.
De acordo com a Sejuc, os
próprios presos desligaram a energia do local e, com isso, os bloqueadores de
celulares da unidade prisional deixaram de funcionar. Durante a madrugada foram
ouvidos tiros dentro da unidade prisional e muita fumaça era vista no local.
Na manhã deste domingo
(15) policiais militares entraram na unidade prisional com veículo blindado,
vans e carros para tentar acabar com rebelião. A rebelião foi controlada por
volta das 7h20.
Alcaçuz fica em Nísia
Floresta, cidade da Grande Natal, e é o maior presídio do estado. A
penitenciária possui capacidade para 620 detentos, mas abriga cerca de 1.150
presos, segundo a Sejuc, órgão responsável pelo sistema prisional do RN.
G1
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