Rebelião em cadeia pública deixa mortos em Manaus.
Cinco
pessoas foram mortas durante uma rebelião na Cadeia Pública Desembargador
Raimundo Vidal Pessoa, no Centro de Manaus, neste domingo (8), segundo o
secretário de Administração Penitenciária do estado, Pedro Florêncio. As
informações são da Rede Amazônica.
A
movimentação dos detentos começou por volta das 3h do horário local (5h de
Brasília). Equipes do Instituto Médico Legal (IML), da Polícia Militar e do
Corpo de Bombeiros estão no local. Ainda de acordo com o secretário, está sendo
realizada uma contagem dos presos. Ele informou que a situação está controlada.
Tumulto na sexta
A
penitenciária é a mesma que recebeu detentos transferidos após o massacre em
presídios que resultou na morte de 60 pessoas. Houve tumulto no local na tarde
desta sexta-feira (6). De acordo com a Polícia Militar, os presos reclamam da
estrutura do lugar, que abriga mais de 200 na capela e na enfermaria da unidade
prisional.
Na
ocasião, detentos queriam ir para o raio B, uma das alas da cadeia que tem 24
celas. As secretarias de Segurança Pública e de Administração Penitenciária e
membros da Defensoria Pública do Estado foram até a cadeia para conversar com
os detentos após a confusão.
O
secretário de Segurança Pública do estado, Sérgio Fontes, informou na sexta que
os presos concordaram em permanecer onde estavam alojados até o término de
obras, que estão sendo feitas nas celas do presídio.
Estrutura deteriorada
O
número de presos transferidos para a cadeia pública chegou a 284. O local foi
desativado em outubro de 2016 por recomendação do Conselho Nacional de Justiça
(CNJ) e foi alvo de críticas do Ministério Público do Amazonas (MP-AM).
A
Cadeia Vidal Pessoa foi reaberta na segunda-feira (2) para a acomodação de
presos ameaçados de morte pela facção criminosa Família do Norte (FDN),
apontada como responsável pelas 56 mortes no Complexo Penitenciário Anísio
Jobim (Compaj), na semana passada. A medida foi adotada de modo emergencial
para "preservar vidas", segundo Fontes.
Devido
ao abandono do prédio, o local está com estrutura deteriorada, incluindo as
celas, que contém restos de obras e entulho. O procurador geral do MP, Pedro
Bezerra, fez uma visita ao local na quarta-feira (4). Segundo ele, os presos
"estão muito amontoados porque as outras partes [da cadeia] não estavam em
condições de recebê-los".
Transferência como medida de segurança
O
Centro de Detenção Provisória Masculino (CDPM), o Instituto Penal Antônio
Trindade (Ipat) e a Unidade Prisional do Puraquequara (UPP) foram as unidades
que transferiram os internos à Vidal Pessoa por questões de segurança após as
rebeliões no Amazonas.
A
medida do governo consistiu em isolar os membros da facção criminosa Primeiro
Comando da Capital (PCC) dos outros presos da facção Família do Norte (FDN).
Outras rebeliões
O
primeiro tumulto nas unidades prisionais do Amazonas ocorreu no Instituto Penal
Antônio Trindade (Ipat), localizado no km 8 da BR-174 (Manaus-Boa Vista). Um
total de 72 presos fugiu da unidade prisional na manhã de domingo (1º).
Horas
mais tarde, por volta de 14h, detentos do Compaj iniciaram uma rebelião
violenta na unidade, que resultou na morte de 56 presos. O massacre foi
liderado por internos da facção Família do Norte (FDN).
A
rebelião no Compaj durou aproximadamente 17 horas e acabou na manhã de
segunda-feira (2). Após o fim do tumulto na unidade, o Ipat e o Centro de
Detenção Provisória Masculino (CDPM) também registraram distúrbios.
No
Instituto, internos fizeram um "batidão de grade", enquanto no CDPM
os internos alojados em um dos pavilhões tentaram fugir, mas foram impedidos
pela Polícia Militar, que reforçou a segurança na unidade.
No
fim da tarde, quatro presos da Unidade Prisional do Puraquequara (UPP), na Zona
Leste de Manaus, foram mortos dentro do presídio. Segundo a SSP, não se tratou
de uma rebelião, mas sim de uma ação direcionada a um grupo de presos.
G1
Nenhum comentário