Servidor que atirou em procurador-geral e promotor em Natal se entrega à polícia.
O servidor do Ministério
Público do Rio Grande do Norte (MPRN) que baleou o procurador-geral adjunto do
estado, Jovino Pereira da Costa Sobrinho, e o promotor de Justiça Wendell
Beetoven Ribeiro, entregou-se hoje (25) à polícia.
Guilherme Wanderley Lopes
da Silva, 44 anos, entrou ontem (24) na sala do procurador-geral sede do MPRN,
em Natal, e atirou, atingindo Costa Sobrinho e Ribeiro. Silva fugiu em seguida.
De acordo com a assessoria do Ministério Público, o quadro de saúde dos dois
feridos é estável. Eles já foram transferidos do Hospital Walfredo Gurgel. O
procurador-geral está no Hospital São Lucas e o promotor foi levado para o
Hospital do Coração.
Silva foi exonerado do
cargo comissionado de assessor de uma procuradoria, mas, por ser servidor
concursado do órgão e efetivo, ainda é preciso que se instaure processo interno
para seu afastamento definitivo do ministério.
A motivação para o crime
ainda é desconhecida. Por meio da assessoria de imprensa, a Procuradoria-Geral
de Justiça do Ministério Público do Rio Grande do Norte divulga imagens de
documentos que apontam que o autor dos disparos planejava o crime há três anos.
No texto, ele justifica ação como um chamado de Deus para fazer justiça contra
a corrupção e os maus políticos. Em uma das páginas, ele forja um pedido de
exoneração de Jovino Pereira da Costa Sobrinho e Rinaldo Reis Lima, alegando
que eles teriam cometido crimes e atos de improbidade administrativa.
O delegado Renê Lopes, da
5ª Delegacia de Polícia, que conduziu o interrogatório, disse que o servidor
passou a maior parte do tempo calado. "Ele nos respondeu negativamente
apenas a três questionamentos. Negou participação de mais alguém na ação, que
já tenha sido internado anteriormente por problemas psiquiátricos ou
psicológicos e que tenha tido relação com um processo que seu genitor [pai]
respondeu".
Ainda de acordo com o
delegado, Guilherme não explicou possível motivação para tentar matar os
procuradores e o promotor. Guilherme foi conduzido para o Centro de Detenção
Provisória da Ribeira e ficará em cela especial por ter curso superior e ser
funcionário do Ministério Público.
Agência Brasil
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