Centrais sindicais tentam parar país contra reformas do governo Temer.
RIO DE JANEIRO (Reuters) -
Trabalhadores de dezenas de categorias anunciaram adesão à greve geral
convocada para esta sexta-feira contra as reformas trabalhista e da Previdência,
anunciaram movimentos sindicais, que prometeram uma enorme paralisação nacional
em protesto contra projetos considerados prioritários pelo governo do
presidente Michel Temer.
Funcionários dos transportes
públicos, portuários, aeroviários, professores, petroleiros, metalúrgicos e
bancários, entre outros, estão entre aqueles que decidiram aderir ao movimento
convocado pelas centrais sindicais contra as reformas em tramitação no
Congresso, segundo as centrais.
Além das paralisações de
diversas categorias também foram convocados protestos ao longo do dia em várias
cidades do país, como um ato dos grevistas na praça da Cinelândia, no centro do
Rio de Janeiro, e um protesto convocado pela Frente Brasil Popular e o
movimento Povo Sem Medo no Largo da Batata, na capital paulista.
“Vai ser a maior greve da
história do Brasil", disse à Reuters o deputado e presidente da Força
Sindical, Paulo Pereira da Silva (SD-SP), o Paulinho da Força.
"O objetivo é
equilibrar o jogo nessa questão das reformas. Precisamos fazer reformas mais
equilibradas, acho que até hoje as reformas têm sido muito impostas pelo
governo, então é preciso mostrar que os trabalhadores estão contra isso",
acrescentou.
Os sindicalistas prometem
uma paralisação em grande escala dos serviços de transporte público, o que pode
gerar reflexos em diversos setores. Escolas particulares no Rio e em São Paulo,
por exemplo, decidiram fechar as portas na sexta por preocupações com dificuldades
no trânsito e também por questões de segurança.
Para tentar minimizar os
impactos da paralisação, a prefeitura de São Paulo e o governo do Estado
recorreram à Justiça e conseguiram pelo menos duas decisões favoráveis que
determinam o funcionamento de ao menos um percentual do sistema de transporte
coletivo, sob pena de multa em casos de descumprimento.
As paralisações vão ocorrer
logo depois de a Câmara dos Deputados aprovar o projeto de reforma trabalhista
que tem como eixo principal a prevalência dos acordos e negociações sobre a
legislação vigente, e em meio à tramitação da reforma da Previdência.
As centrais sindicais
protestam contra ambos os projetos, alegando que vão tirar direitos e
prejudicar os trabalhadores, enquanto o governo defende que as duas reformas
são fundamentais para a recuperação econômica do país, que enfrenta a pior
recessão da história.
O Palácio do Planalto,
preocupado com o tamanho que as manifestações de sexta-feira podem alcançar,
vem monitorando a situação, especialmente através das redes sociais, e estuda
cortar o ponto dos servidores federais que aderirem à greve geral, de acordo
com fontes palacianas.
Na sexta-feira, a Esplanada
dos Ministérios estará fechada. Nos últimos dias, a segurança na frente do
Palácio do Planalto foi reforçada com mais grades que o normal, e a entrada
para o estacionamento tem sido fechada com certa frequência. Temer deverá
acompanhar as manifestações de Brasília.
Reuters
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