Polícia desarticula esquema que fraudou mais de 60 concursos públicos no Nordeste.
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Polícia apreendeu vários
pontos eletrônicos utilizados por membros da quadrilha durante as provas
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Um esquema de fraude de 60
concursos públicos em todo o Nordeste, que beneficiou 500 pessoas, foi
desarticulado pela Polícia Civil neste fim de semana, durante a Operação
Gabarito, deflagrada em João Pessoa e no estado do Rio Grande do Norte (RN).
Dezenove pessoas foram
presas em flagrante e os detalhes da investigação desenvolvida pela Delegacia
de Defraudações e Falsificações (DDF) foram apresentados na manhã desta
segunda-feira (8), na Central de Polícia Civil.
Outras 20 pessoas envolvidas
no esquema ainda devem ser indiciadas por participação na quadrilha,
investigada há três meses e que praticava crimes desde 2005, segundo o
levantamento investigativo.
De acordo com o delegado
Lucas Sá, a operação foi executada durante o concurso para o Ministério Público
Federal realizado no Rio Grande do Norte, onde foram presas nove pessoas.
“Nesse grupo havia
professores, de informática e matemática, que estavam fazendo o concurso para
responder as questões; os candidatos fraudadores; e ainda pessoas que atuavam
no apoio. Na hora do flagrante foram apreendidos receptores utilizados para que
fosse feita a comunicação entre o quartel general, em João Pessoa, e quem
estava fazendo as provas”, explicou, acrescentando que a quantia cobrada ao
candidato fraudador era na maioria das vezes equivalente a dez vezes o valor da
remuneração recebida após a posse no cargo público.
Foram presos em João Pessoa,
Flávio Luciano Nascimento Borges, Vicente Fabricio Nascimento Borges, estes
dois aparecem como os chefes do grupo criminoso, Kamilla Marcelino Crisóstomo
da Silva, José Marcelino da Silva Filho, conhecido como Diogo, Thyago José de
Andrade, Hugo José da Silva, Marcelo Diego Pimentel dos Santos, Jamerson Izidio
de Oliveira Silva, Alex Souza Alves, Thiago Augusto Nogueira Leão.
Já na cidade de Natal, no
Rio Grande do Norte, foram presos Alisson Douglas da Silva, Chrystiann Machado
de Araújo, Elaine Patricia da Silva Medeiros, Darcio de Carvalho Lopes,
Leonardo Alexandre Gomes da Silva, Andé Luiz Medeiros Costa, Edson José
Claudino Ferreira, Marcelo Zanir do Nascimento e Luiz Antônio Ferreira de
Oliveira.
A organização criminosa
atuava há pelo menos dez anos e conseguiu “aprovar” servidores em instituições
municipais, estaduais e federais, obtendo mais de R$ 18 milhões.
Segundo as investigações, o
esquema abrangia desde a confecção de documentos falsificados, se fosse
necessário, até a assessoria no momento do certame.
Estão sendo investigados os
concursos: Guarda Municipal (João Pessoa, Bayeux, Cabedelo), Prefeituras
Municipais (João pessoa, Bayeux, Santa Rita, Cabedelo, Conde, Alhandra e outras
cidades do interior da Paraíba), Câmara Municipal de João Pessoa, Corpo De
Bombeiros da Paraíba, Polícia Militar da Paraíba e diversos outros concursos, a
nível municipal, estadual e federal.
Todos os presos serão
indiciados pela participação na organização criminosa, fraude a concursos
públicos e outros ainda por porte ilegal de arma de fogo.
Eles permanecem na Central
de Polícia Civil, de onde serão encaminhados para audiência de custódia.
Secom
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