Lula diz que fará referendo para revogar reformas de Temer se for eleito.
O ex-presidente Luiz Inácio
Lula da Silva (foto) afirmou neste domingo, em entrevista ao jornal espanhol "El
Mundo", que fará um referendo para revogar muitas das reformas aprovadas
pelo presidente Michel Temer caso vença as eleições de 2018.
Para Lula, o país tem que
voltar a ser governado pensando nas maiorias e não em alguns poucos. Ele também
acusa Temer de pretender "privatizar" o Brasil e justifica sua
vontade de se candidatar mais uma vez para mostrar ao mundo que o Brasil "pode
funcionar".
"Me candidato aos meus
72 anos porque há muitas pessoas que sabem governar, mas nenhum sabe cuidar do
povo mais necessitado como eu faço. Conheço suas entranhas, sei como vivem, do
que precisam. Se acreditavam que uma condenação ia me tirar a ideia de ser
candidato, conseguiram o efeito contrário", disse Lula na entrevista.
"O julgamento ao qual
estou submetido é uma farsa. Nem a Polícia Federal nem o Ministério Público
encontraram uma única prova para me acusar, por isso digo que a sentença do
juiz Sérgio Moro é eminentemente política", completou o ex-presidente ao
ser perguntado sobre a condenação em primeira instância a nove anos e seis
meses de prisão por lavagem de dinheiro e corrupção passiva.
O ex-presidente afirmou que
hoje a imprensa tem mais poder que o Ministério Público no Brasil e que, pela
primeira vez, um juiz está se comportando de acordo com a opinião pública.
"Encontraram dinheiro
na casa de Aécio Neves, na do governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, na
do ex-ministro Geddel Vieira Lima, mas na minha casa, nada. Mexeram nas contas
de bancos de todo mundo para encontrar algum desvio de dinheiro e, nada. Mas de
manhã, de tarde e de noite a imprensa me destrói e se nega a publicar que não
há provas contra mim", criticou Lula.
"O povo confia em mim
porque sabe quem sou e o que fiz por eles. Me apoia por minha honra e minha
honestidade, e, aos 72 anos, não tenho o direito de ficar nervoso. Eles fazem o
jogo deles e eu o meu. Eles me acusam por meio da imprensa e eu me defendo com
o povo. É uma pena o que estão fazendo comigo e com a minha família. Todo esse
processo apressou a morte de minha mulher. Meus filhos têm suas casas invadidas
pela polícia e não encontram nada, mas ninguém nos pede desculpas", disse
o ex-presidente.
Sobre a questão da
Venezuela, Lula diz que defende para o país vizinho o mesmo que para o Brasil.
"Que lide com seus assuntos sem ingerência externa", afirmou.
Agência EFE
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