Presença da imprensa, cigarros e algemas foram algumas das exigências dos internos do CEDUC de Caicó RN.
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Acima, imagens de um vídeo,
feito pelos próprios internos
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O motim que teve início por
volta das 14 horas desta terça-feira (31) foi originado por adolescentes que
cumprem medida de internação no Centro Educacional (Ceduc) da cidade de Caicó e
durou aproximadamente duas horas. Três educadores que trabalham na unidade
foram feitos reféns. A rebelião teve início após uma tentativa de fuga
frustrada.
O comandante do policiamento
na cidade, tenente-coronel Walmary Costa, conta que a PM precisou entrar no
Ceduc para controlar o motim, porque os adolescentes tentaram matar outros
internos que integrariam, segundo eles, uma facção rival.
Os internos fizeram algumas
exigências para encerrar o motim. Os internos solicitaram a presença da
imprensa em troca de liberar um dos agentes, o que não foi cumprido pelos
infratores. Em seguida pediram cigarro e algemas. A negociação durou cerca de
duas horas. "Normalmente, eles pedem bebida, cigarro e drogas", disse
o oficial.
A Polícia Militar foi
deslocada para a unidade, mas, inicialmente permaneceu do lado de fora. A
direção do Ceduc foi quem conduziu as primeiras negociações com os
adolescentes.
A polícia entrou no prédio
depois que os internos rebelados tentaram atear fogo em quatro outros
reeducandos. O motivo é que eles seriam integrantes do Primeiro Comando da
Capital (PCC), organização criminosa que disputa o comando do tráfico de drogas
no estado potiguar com o Sindicato do Crime do RN, facção à qual o grupo que iniciou
a rebelião diz pertencer.
Aproximadamente 10 internos
participaram do motim, todos internados na mesma ala do Centro de Educação.
Eles utilizaram facas artesanais para render os educadores da unidade. Depois
da entrada da PM, a situação foi controlada e os adolescentes reconduzidos às
celas.
De acordo com o
tenente-coronel Costa, um dos que foram atacados ainda foi atingido pelas
chamas, contudo teve ferimentos leves e foi conduzido por uma equipe do SAMU
até a urgência do Hospital Regional do Seridó escoltado por uma viatura da
Polícia Militar.
*Jair Sampaio
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