Trancadas em casa, crianças são resgatadas após jogarem bilhetes enrolados em pedras: 'fome e sede'.
Duas crianças de 6 e 9 anos
e três adolescentes, com idades entre 11 e 14 anos, que viviam em condições
desumanas, trancadas em um cômodo e em total abandono foram resgatadas, no
Bairro Pedregal, periferia de Cuiabá. Os pais das vítimas foram presos. O G1 não
conseguiu localizar a defesa deles.
O resgate ocorreu na tarde
de quinta-feira (7) e foi divulgado nesta sexta-feira (8) depois que as vítimas
jogaram bilhetes enrolados em pedras em direção à rua pedindo socorro. Os
policiais da Delegacia Especializada de Defesa dos Direitos da Criança e do
Adolescente (Deddica) receberam denúncias anônimas e foram ao local.
De acordo com a Deddica, as
crianças e os adolescentes passavam fome e sede. As crianças foram resgatadas e
estão sob os cuidados do Conselho Tutelar de Cuiabá, que participou do resgate com
os policiais.
Os policiais informaram que
as crianças e adolescentes estavam completamente ‘jogadas’ em um cômodo com
muita umidade, sujeira e dormiam em um colchão molhado. Eles não tinham acesso
à casa principal, aparentavam desnutrição, pois eram alimentados, muitas vezes,
com comida azeda.
Nos bilhetes, as crianças
pediam comida e diziam que estavam presas, sem comida e sem água. Em outros, as
vítimas diziam que recebiam comida azeda.
O casal, Hélio Roberto dos
Santos e Natália Pereira de Paula, foi preso por crime de lesão corporal dolosa
por violência doméstica (tortura e maus tratos) e encaminhado para audiência de
custódia, nesta sexta-feira.
Dois dos meninos encontrados
seriam filhos de Hélio com outra mulher. Já os adolescentes e a menina seriam filhos
de Natália. Apenas um deles é filho em comum do casal.
Quando os investigadores
chegaram na casa foram recebidos por Hélio. Ele fazia um churrasco no momento.
No entanto, as crianças, com fome, estavam no cômodo e sentiam apenas o cheiro
da comida.
As crianças foram recolhidas
e estão sob a responsabilidade do Conselho Tutelar do Centro, para serem
abrigadas. Hélio responde por estupro de vulnerável, cometido em Goiás em 2013.
G1
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