Maranhão confessou que não ficará surpreso se Cartaxo se aliar a Ricardo.
O senador José Maranhão,
pré-candidato do MDB (foto), ao governo do Estado, confessou numa roda política em
Brasília que desconfiava da instabilidade política do prefeito de João Pessoa,
Luciano Cartaxo (PSD) e, por isso, não se surpreendeu com a desistência dele em
manter a pré-candidatura ao governo. O relato é do jornalista Edinho Magalhães,
do “Correio da Paraíba”, baseado em Brasília, que testemunhou uma conversa
entre Maranhão e o senador Cássio Cunha Lima, do PSDB, nos corredores do
Congresso, na quinta-feira, quando chegou a Brasília a notícia-bomba da
desistência de Luciano. “Não houve nenhuma surpresa. Ele é assim”, teria dito
Maranhão, de acordo com o depoimento do jornalista, acrescentando que o próximo
passo poderá ser uma composição com o governador Ricardo Coutinho.
O senador pelo MDB teria
revelado dois episódios atípicos que denotariam a instabilidade política de
Luciano Cartaxo. O primeiro em 2009, quando Maranhão era governador e foi
procurado por representantes do PT no Palácio da Redenção, com queixas ao vice
Luciano Cartaxo, que pertencia aos quadros petistas. O segundo episódio teria
sido verificado na pré-campanha ao governo do Estado em 2010, quando Maranhão traçava
planos de marketing para concorrer à reeleição e foi surpreendido com uma
aparição de Luciano na TV, já ao lado do então candidato adversário Ricardo
Coutinho. Maranhão, que assumiu a titularidade do governo com o afastamento de
Cássio, decretado pelo TSE, acabou indicando Rodrigo Soares, então presidente
estadual do PT, para vice. A chapa foi derrotada por Ricardo Coutinho-Rômulo
Gouveia, apoiados por Cássio Cunha Lima, que renegou a candidatura de Cícero
Lucena pelo PSDB.
Na conversa informal com o senador
Cássio Cunha Lima no plenário do Senado em Brasília, Maranhão teria sido
abordado pelo tucano como “vidente” por ter previsto a hipótese de desistência
da candidatura de Luciano Cartaxo, não obstante o favoritismo aparente que o
prefeito da Capital ostentava em pesquisas informais de opinião pública. “Não
há vidência diante de tanta evidência”, reagiu Maranhão na conversa com Cássio,
segundo o repórter do “Correio da Paraíba”. Na sequência, Maranhão formulou
outro prognóstico que seria iminente de acontecer: a composição de Luciano
Cartaxo com o esquema do governador Ricardo Coutinho, que até aqui tem
sustentado a pré-candidatura do secretário de Infraestrutura e Recursos
Hídricos, João Azevedo, pelo PSB. Formalmente, após desistir, Luciano adotou postura
de neutralidade, recusando-se a antecipar apoio a qualquer outro postulante –
seja Azevedo, Maranhão ou Romero Rodrigues, que voltou a ser cogitado pelo
PSDB.
O senador Maranhão teria
invocado esses episódios para sensibilizar o senador Raimundo Lira a não se
desfiliar do PMDB, diante dos rumores de que ele poderia se inclinar a assinar
ficha no PSD, que é presidido na Paraíba pelo deputado federal Rômulo Gouveia.
Oficialmente, o senador Raimundo Lira não sinalizou qualquer intenção de migrar
do MDB para outro partido aproveitando a chamada janela partidária prevista em
Lei e tem reiterado o desejo de postular o Senado para dar continuidade ao
trabalho que vem desenvolvendo em favor de municípios do interior paraibano.
Lira tem sido atuante na liberação de recursos e de obras para esses
municípios, além de atender pontualmente a prefeitos e outras lideranças
municipalistas que o procuram em Brasília.
Nonato Guedes, com “Correio
da Paraíba”
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