Ministro da Fazenda confirma fim da Cide para diesel.
O ministro da Fazenda,
Eduardo Guardia, confirmou o acordo feito entre governo e Congresso Nacional
para redução do preço do diesel. Em declaração feita na noite desta terça-feira
(22) no Palácio do Planalto, Guardia disse que o governo eliminará a
Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) sobre o diesel e, em
contrapartida, os parlamentares devem aprovar o projeto de reoneração da folha
de pagamento.
“Acordamos que iremos
eliminar a Cide incidente sobre o diesel. Ao mesmo tempo, o Congresso aprovará
um projeto de reoneração da folha. O acordo é que iremos, uma vez aprovado o
projeto de reoneração, assinar um decreto eliminando a Cide sobre o diesel”,
disse Guardia.
O ministro não informou
quanto o governo deixará de arrecadar com a eliminação da Cide sobre o diesel.
Segundo ele, a reoneração da folha de pagamento para alguns setores a partir
deste ano e para todos os demais setores da economia a partir de dezembro de
2020 compensará a perda de receitas.
Apelo aos caminhoneiros
Guardia disse ainda que o
governo vai continuar negociando com os caminhoneiros, que fazem paralisações
por todo o país, em protesto contra o aumento sucessivo no preço dos
combustíveis. Ao anunciar a redução do tributo sobre o diesel, Guardia fez um
apelo aos caminhoneiros.
“O governo continuará a
conversar com os caminhoneiros para debater alternativas para o problema. Nesse
sentido, gostaríamos de fazer um apelo à categoria, para que possam retornar às
atividades normais para que não penalize a população”. O ministro reiterou o
discurso do governo de que a alta dos combustíveis está atrelada ao preço
internacional do petróleo e a valorização do dólar perante o real.
Mais cedo, os presidentes da
Câmara, Rodrigo Maia, e do Senado, Eunício Oliveira, adiantaram que o governo
reduziria a zero a Cide para os combustíveis. A declaração foi feita pelo
Twitter. Mais tarde, Maia conversou com a imprensa e disse que a medida seria
apenas para o diesel.
A mobilização do Legislativo
e do governo em torno do preço dos combustíveis ganhou força após o início de
mobilização de caminhoneiros. Desde segunda-feira (21), caminhoneiros
fazem protestos e bloqueiam estradas em vários estados. A categoria se queixa
da alta dos combustíveis, especialmente do diesel, e também da cobrança de
pedágios mesmo quando os caminhões estão com os eixos levantados. Só na semana
passada, o valor do diesel e da gasolina nas refinarias subiu cinco vezes
consecutivas.
Reoneração
A proposta de reoneração
está em discussão no Congresso desde setembro de 2017 sem que as lideranças
chegassem a um acordo. O orçamento da União para este ano já considera
arrecadar R$ 10 bilhões com a medida, mas como ela deve valer apenas para
metade do ano, a arrecadação deve chegar apenas a R$ 5 bilhões.
O relator do projeto de lei
da reoneração da folha, deputado Orlando Silva (PCdoB-SP), disse em abril que a
matéria está pronta para ser votada.
Agência Brasil
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