Produtores de leite de Pedra Lavrada distribuem leite com a população para "não jogar fora".
O presidente da Federação
das Associações dos Municípios da Paraíba (Famup), Tota Guedes, afirmou nessa
segunda-feira (28) que a greve dos caminhoneiros está deixando cidades da
Paraíba em colapso. Os efeitos do desabastecimento vêm afetando serviços de
saúde, educação e limpeza urbana principalmente. Pelo menos 80% das cidades não
têm combustível nos postos.
A maior preocupação, segundo
Tota, é com os serviços de saúde, principalmente nas questões de transferências
de pacientes para centros maiores. O presidente descreve que, como nas cidades
de interior não têm serviços de saúde de emergência ou de tratamentos
específicos, a viagem para polos maiores está impossibilitada por falta de
combustível.
As consultas para tratamento
de oncologia que são realizados em João Pessoa também inquieta prefeitos das
cidades que lamentam sobre pacientes que estão sem acompanhamento devido a
falta de gasolina nos transportes públicos que fazem o deslocamento.
“O que nos preocupa são os
serviços de saúde principalmente as transferências de pacientes para hospitais
de referência que viajam de ambulância ou no carro da prefeitura. Algumas
especialidades só fazem atendimentos nos grandes centros como João Pessoa e
esses pacientes não estão podendo ir porque não tem combustível”, lamentou.
O presidente da Famup
afirmou que as cidades estão desertas e sem movimento. “Tudo parado, parecendo
um deserto. Ele lamentou a situação e disse que a Federação vem dando apoio aos
municípios, acompanhando os desdobramentos das negociações com o Governo.
“Queremos uma solução urgente porque a greve mexe com a vida de todo mundo”,
destacou Tota.
A greve afeta também os
pequenos produtores e agricultores do interior. Em Pedra Lavrada, produtores de
leite tiveram que distribuir o produto com a população para não ‘jogar fora’ o
conteúdo que iria para a indústria de laticínio.
“Sem combustível ficou
inviável levar o produto até as empresas e indústrias. O leite foi coletado,
mas não pode ser entregue ao seu destino, prejudicando economicamente os
produtores de leite de Pedra Lavrada”, relatou o presidente da Famup alertando
que se a greve continuar os prejuízos serão incalculáveis, principalmente pela
questão da lei da oferta e da procura.
Por Sabrina Barbosa/Portal
Correio
Nenhum comentário