Após baixa procura, campanha de vacinação contra gripe é prorrogada.
O Ministério da Saúde
anunciou, na tarde desta quarta-feira (13), que a campanha de vacinação contra
a gripe terá continuidade até 22 de junho. O governo decidiu prorrogar a
campanha devido ao baixo índice de comparecimento: 77% do público-alvo foi
vacinado. O número é considerado baixo pela pasta, que estabeleceu como meta a
cobertura de 90% dessa população, o que equivale a 54 milhões de pessoas. Desde
o início da campanha, no dia 23 de abril, 42,6 milhões de pessoas foram
vacinadas.
A região Sudeste é a que
possui menor cobertura até agora: 71% do público prioritário foi protegido. Na
sequência, estão Norte (72%), Sul (81,3%), Nordeste (84%) e Centro-Oeste
(91,4%). Em estados como Roraima, Rio de Janeiro, Rondônia e Rio Grande do Sul,
a baixa cobertura vacinal é ainda mais preocupante. Neles, os percentuais
chegam a 53,59%, 57,29%, 70,91% e 77,82%, respectivamente. Apenas Goiás, Amapá
e Ceará ultrapassaram a meta de 90%.
Segundo o ministério, a
situação acende um alerta, dada a proximidade do inverno, período de maior
circulação do vírus da gripe. Além disso, neste ano, já foram contabilizados
2.715 casos de influenza, mais do que o dobro do que foi registrado no mesmo
período do ano passado (1.227). As mortes decorrentes da doença também
aumentaram: passaram de 204, em 2017, para 446, em 2018. Apesar do crescimento,
os números estão distantes dos que foram registrados em 2016, quando houve
forte incidência da influenza no Brasil, quando foram 12.174 casos e 2.220
óbitos derivados deles.
“Nós entendemos que a
estratégia é: atuação mais proativa para ir buscar esse público-alvo”, afirmou
o ministro da Saúde, Gilberto Occhi, que citou iniciativas de vacinação e de
conscientização envolvendo imprensa, escola e agentes comunitários de saúde
como exemplos.
Público-alvo
O público prioritário da
campanha é composto por idosos a partir de 60 anos, crianças de seis meses a 5
anos, trabalhadores em saúde, professores das redes pública e privada, povos
indígenas, gestantes e mulheres que tenham tido filhos há 45 dias, bem como
pessoas privadas de liberdade. Crianças e gestantes são os grupos que
registraram menor cobertura vacinal neste ano, assim como ocorreu no ano
passado. Na região Sudeste, por exemplo, menos da metade (48,95%) das crianças
que devem ser vacinadas foram imunizadas. Já o percentual de gestantes atingiu
54%.
“Essas são as pessoas com
uma imunidade menor do que as demais”, disse o ministro. Ele destacou a
necessidade de um maior envolvimento da população, especialmente no caso das
crianças, devido à dependência de adultos para que as levem até os postos.
No caso da região
Centro-Oeste, o grupo mais vulnerável à doença é o formado pela população
indígena, cujo percentual de vacinação alcançou 74,1%. Também nesta região, que
já conseguiu ultrapassar a meta de 90%, crianças e gestantes chegam a 76,29% e
75,02%, respectivamente, percentuais menores do que os dos demais grupos
prioritários. “Esse alerta a gente faz para que esses grupos tenham como
procurar os postos de vacinação para efetuar sua proteção”, destacou o
secretário de Vigilância em Saúde, Osnei Okamoto.
Estoques de vacinas
A meta de vacinação do
Brasil supera a de 80% fixada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), mas o
Ministério da Saúde garantiu vacinas para todas as pessoas que integram o público
prioritário da campanha. De acordo com Mauro Junqueira, presidente do Conselho
Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), todos os municípios têm
as doses disponíveis, inclusive em lugares de difícil acesso, como na Região
Norte.
A partir do dia 25 de junho,
poderão ser vacinados outros grupos etários, como crianças de 5 a 9 anos e
adultos de 50 a 59. A vacinação desse público dependerá da disponibilidade das
doses nos municípios.
Além da vacinação, cuidados
com a higiene podem ajudar a população a se prevenir. Lavar e higienizar as
mãos com frequência, utilizar lenço descartável para higiene nasal, cobrir
nariz e boca ao espirrar ou tossir, evitar tocar mucosas de olhos, nariz e
boca, não compartilhar objetos de uso pessoal, como talheres e pratos, e manter
os ambientes bem ventilados são algumas das medidas sugeridas pelo ministério.
Agência Brasil
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