Cachorro 'católico' vai a procissão, participa de missa e casamento e faz sucesso nas redes sociais em MG.
A rotina de um cachorro que
vive no calçadão no Centro de São Lourenço (MG) deu a ele a fama de um animal
religioso. O Bolinha Católico, como ficou conhecido, frequenta missas,
procissões, passeia pelos corredores da igreja e, recentemente, entrou de
"penetra" em um casamento da cidade. Os hábitos diferentes atraíram quase
1,5 mil pessoas em um grupo criado nas redes sociais para compartilhar as
aventuras do Bolinha.
Nas fotos, Bolinha aparece
em todos os eventos importantes da cidade. Já foi clicado na procissão de
Corpus Christi, nas comemorações da Semana Santa e aparece dormindo perto do
altar.
“Ele frequenta missas das
8h, das 10h, o confessionário. Ele chega ‘chegando’ e não se intimida de entrar
num lugar. Vai procurando um banco, vai deitando. Já foi visto até nas reuniões
do Alcoólicos Anônimos, em uma sala alugada na igreja”, conta Denise Lage, que
criou o grupo há quase duas semanas.
Bolinha foi visto na cidade
pela primeira vez em um acidente, há quase 7 anos. Ele foi atropelado por um
carro e saiu correndo com a pata machucada. Dias depois, foi encontrado pela
dona de casa Vandrea Nicola e o marido Marcus, que deram remédio e viram o
cachorro melhorar.
"Ele começou a ser
visto em tudo que é lado... nos barzinhos, nas lojas, as pessoas faziam
carinho. Conquistou o espaço dele", contra Vandrea. Em um dos passeios,
descobriu a igreja e escolheu como seu lugar favorito. "Começou a gostar
do local, é calmo, tranquilo, onde podia dormir sossegado e isso foi se
tornando um hábito. Hoje, assiste aos casamentos, batismos, velórios".
O cachorro católico
coleciona aventuras e, às vezes, precisa ser segurado. “Teve uma caminhada pra
Nhá Chica em Baependi, eu tive que prender ele no hotel. Porque senão ele vai,
não aguenta voltar, aí ligam pra mim e tenho que buscar o Bolinha em Baependi,
porque lá ele fica”, conta Denise.
E para o Bolinha, toda
religião é bem-vinda. “Teve uma vez que ele desapareceu, foi parar em Pouso
Alto, fomos buscar. E lá ele estava frequentando uma igreja evangélica”.
Mas o bicho também tem uma
vida fora da igreja: frequenta bares, restaurantes e festas da cidade. “Tem que
estar na balada, na noite, nos eventos. Inaugurou uma lanchonete nova há uns
dias, e lá estava ele. Eu nem sei como ele fica sabendo que o lugar vai
inaugurar”, brinca Denise.
Como um cachorro
independente que passeia por todos os lugares, a dificuldade é saber onde o
Bolinha está. “Por isso criei o grupo, no sentido de proteção. Todo mundo ajuda
a ficar de olho e a cuidar. Agora sei por onde ele anda”.
O cachorro tem muitos
“donos” que ficam de olho em cada passo dele, mas vive nas ruas. Recebe as
vacinas obrigatórias, ganha comida e roupas. A opção de não colocar Bolinha
para a adoção é por conta da liberdade.
“Ele é de todo mundo. Não
pode ser adotado, ele não é feliz numa casa. Quando ele dorme no hotel, ele
quer ir embora, não quer ficar lá. É uma característica dele. Ele quer ser
livre, feliz”.
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