MPPB denuncia 17 envolvidos no esquema criminoso de manipulação de jogos de futebol.
O Ministério Público da
Paraíba (MPPB) denunciou à 4a Vara Criminal de João Pessoa 17 pessoas acusadas
de integrar uma organização criminosa no âmbito dos órgãos e instituições que
desempenhavam os principais papéis no gerenciamento do futebol paraibano. Elas
são acusadas de praticar vários crimes para manipular resultados de jogos,
beneficiando, com isso, dirigentes de times, funcionários da Federação
Paraibana de Futebol (FPF), da Comissão Estadual de Árbitros de Futebol e do
Tribunal de Justiça Desportiva de Futebol da Paraíba (TJDF). O Ministério
Público também pugnou pela destituição de todos os réus que ocuparem cargos nas
entidades, FPF, da Comissão de Árbitros e no TJDF.
As investigações tiveram
origem em um inquérito instaurado pela Delegacia de Defraudações de João Pessoa
sobre supostos desvios de valores nas prestações de contas da FPF. De acordo
com o Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco), do MPPB, o
controle e a manipulação de jogos e resultados se dava há pelo menos dez anos
por parte de dirigentes da FPF, de integrantes da Comissão de Árbitros, além da
participação da presidência e da procuradoria do TJDF. Nesse período, várias
denúncias foram arquivadas, sem que tivessem sido apuradas. O objetivo
principal da organização era obter vantagens econômica, política e associativa.
O esquema
Os 17 denunciados pelo MPPB
incorreram nos crimes de organização criminosa, falsidade ideológica e crimes
contra o futebol (Estatuto do Torcedor).
As investigações apontam que
a Orcrim se dividiu em núcleos (gestores/líderes; supervisores e logística),
com atribuições distintas que, após praticar os crimes principais (a
manipulação dos resultados das partidas de futebol), utilizavam-se de influência
política e social, para praticar diversos outros delitos subsidiários, que eram
imprescindíveis para o sucesso da empreitada criminosa, como a utilização de
documentos falsos, a intimidação de testemunhas, a ocultação e destruição de
provas, entre outros. Os resultados dessas ações geravam elevados desvios
econômicos, prejuízos financeiros e prejuízos que também atingiam a esfera
moral da sociedade, com o descrédito no futebol paraibano.
A manipulação dos resultados
das partidas de futebol se dava através de fraudes nos sorteios dos árbitros
escalados, direcionando os juízes que integravam a Orcrim para atuarem nas
partidas cujos resultados interessavam ao grupo criminoso. As fraudes também
ocorriam durante a arbitragem dos jogos para beneficiar algumas equipes.
Confira a denúncia na
íntegra, clicando aqui.
Os denunciados:
1. Amadeu Rodrigues da Silva
Júnior
2. Breno Morais Almeida
3. Leonaldo dos Santos Silva
4. Marinaldo Roberto de
Barros
5. José Renato Albuquerque
Soares
6. Severino José de Lemos
7. Genildo Januário da Silva
8. Adeilson Carmo Sales de
Souza
9. Antônio Carlos da Rocha
10. Antônio Umbelino de
Santana
11. Eder Caxias Meneses
12. Francisco de Assis da
Costa Santiago
13. João Bosco Sátiro da
Nóbrega
14. José Maria de Lucena
Netto
15. Tarcísio José de Souza
16. Josiel Ferreira da Silva
17. José Araújo da Penha
Ascom/ MPPB
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