Atleta da Picuiense sofre ataque epilético em jogo na Paraíba e demora mais de 30 minutos para ser atendida.
Incidente
aconteceu em partida do Campeonato Paraibano de Futebol Feminino, no CT Ivan
Thomaz, em João Pessoa, e não havia médico nem ambulância no momento do
ocorrido.
Um episódio chocante chamou
a atenção nesse domingo, em uma partida do Campeonato Paraibano de Futebol
Feminino. Desportiva Picuiense e Guará se enfrentavam pela segunda rodada da
competição, em João Pessoa, quando a meio-campista Girlene, da Picuiense,
sofreu um ataque epilético durante a partida. Ela recebeu alguns primeiros
cuidados, de forma precária, ainda no campo de jogo, e teve que esperar mais de
meia hora até que uma ambulância do Corpo de Bombeiros chegasse ao local e a
levasse para uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da cidade. Na UPA, ela foi
examinada pelos médicos e liberada em seguida.
Durante a partida, o Guará
venceu a Picuiense por 4 a 0. Mas o resultado acabou ficando em segundo plano
quando Gigi, como é mais conhecida a jogadora, caiu no gramado. Ela sofria
alguns espasmos pelo corpo, enquanto colegas de time a abanavam com camisas. A
diretoria do clube não confirma oficialmente qual foi o problema com a
jogadora, mas, segundo o Corpo de Bombeiros, ela teve um ataque epilético.
Durante alguns minutos, a
ajuda das companheiras de time foi todo o atendimento que Gigi recebeu no
gramado. Depois, ainda aparentemente inconsciente, ela foi retirada do campo
pelos maqueiros, e, antes de deixar o CT Ivan Thomaz, onde aconteceu a partida,
chegou a receber os primeiros socorros de uma auxiliar de enfermagem que estava
no local. Apenas após o fim da partida, mais de meia hora depois, foi que a
ambulância do Corpo de Bombeiros chegou e a levou para a UPA.
Segundo Halid Mohamed, que é
diretor de futebol e supervisor das categorias de base da Picuiense, Gigi foi
examinada pelos médicos na UPA, medicada em seguida e ficou em observação até
as 19h. Depois disso, seguiu com o grupo no retorno à cidade de Picuí, onde
fica a sede do clube.
- Gigi passou mal. Infelizmente,
não tinha ambulância no estádio e, após um bom tempo, ela foi socorrida para o
hospital, onde ficou em observação até as 19h, quando foi liberada pelo médico
- disse Halid.
A demora no atendimento
aconteceu porque, de fato, não havia médico e ambulância no local. Como se
trata de uma competição amadora, não há a obrigatoriedade de profissionais e
transporte da saúde à beira do campo, assim como também não há exigência de
policiamento.
- O Estatuto do Torcedor só
obriga em jogos profissionais - destacou Otamar Almeida, que vem exercendo o
cargo de diretor executivo da Federação Paraibana de Futebol (FPF), desde que a
nova presidente, Michelle Ramalho, tomou posse, há pouco mais de um mês e meio.
Derrotada por 4 a 0 e ainda
sem pontuar no Campeonato Paraibano de Futebol Feminino, a Picuiense voltou
para casa ainda assustada com o episódio de Gigi, que passa bem. E temerosa com
o que pode acontecer à saúde de suas atletas nas próximas partidas, que
seguirão sem a obrigatoriedade de médicos e ambulância.
GE/PB
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