Câmara aprova projeto que mantém coeficientes de distribuição do FPM.
Proposta pretende congelar
coeficientes usados para distribuir recursos do Fundo de Participação dos
Municípios até a divulgação da população brasileira pelo Censo de 2020.
O Plenário da Câmara dos
Deputados aprovou nesta quarta-feira (21) proposta que determina o uso dos
coeficientes de distribuição do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) do
exercício de 2018 para o rateio de recursos do fundo até que os dados para seu
cálculo sejam atualizados com base em novo censo demográfico, previsto para
ocorrer em 2020.
A matéria será enviada ao
Senado.
Aprovado por 301 votos a 33
e 2 abstenções, o Projeto de Lei Complementar (PLP) 549/18, do deputado Arthur
Lira (PP-AL), pretende “congelar” os coeficientes usados para distribuir os
recursos do FPM até a divulgação da nova população brasileira com base no Censo
de 2020.
Como essa divulgação
ocorrerá somente em 2021, os novos dados poderiam ser usados pelo IBGE e pelo
Tribunal de Contas da União (TCU) com efeitos apenas para 2022. O IBGE faz os
cálculos e o TCU sanciona, determinando ao Tesouro Nacional o uso dos índices a
cada ano.
Segundo o autor, o projeto
foi um pedido da Confederação Nacional de Municípios (CNM). “O IBGE fez um
cálculo estimativo da população sem o levantamento populacional que faz todo
ano. Com o Censo de 2020, valerão os novos dados”, afirmou Arthur Lira.
Os dados divulgados pelo
IBGE indicam que a população brasileira passou de 207.706.355 para 208.494.900,
um aumento de 0,38% do total de habitantes. Comparado com o ano anterior, 2.933
municípios (52,7%) apresentaram redução populacional e 2.626 (47,1%) tiveram
crescimento; apenas 11 ou 0,2% permaneceram sem mudanças.
Do total de municípios com
alteração de população, 135 tiveram redução no coeficiente. A Bahia é o estado
com o maior número de reduções (56), seguida por Paraná (15), Minas Gerais (13)
e Rio Grande do Sul (13), por exemplo.
Pelo lado do aumento de
recursos, outros 105 municípios receberão proporcionalmente mais, pois o total
a ser repartido não muda em razão da flutuação da população entre as cidades e
sim em razão do total arrecadado por tributos da União.
Nesse caso, entre os estados
com mais municípios contemplados por aumento do índice destacam-se São Paulo
(15), Rio Grande do Sul (14), Pará (13) e Rio de Janeiro (11).
Método
Todo ano, o IBGE refaz a
estimativa da população com base em cálculos matemáticos de projeção, já que
não é possível fazer um censo completo anualmente devido aos custos.
O instituto informa que a
metodologia adotada para estimar os contingentes populacionais dos municípios
brasileiros baseia-se na relação da tendência de crescimento populacional do
município, observada entre dois censos demográficos consecutivos, com a
tendência de crescimento de uma área geográfica maior (estado).
A partir da subdivisão do
estado em várias áreas menores, deve-se assegurar que a soma das estimativas
dessas áreas reproduza a estimativa previamente conhecida da área maior.
Agência Câmara Notícias
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