Integração do Rio São Francisco: até onde essa obra chegou.
A integração do Rio São
Francisco é uma das obras mais importantes da história do país. Em primeiro
lugar, ela está garantindo a segurança hídrica de mais de 1 milhão de pessoas
nos estados de Pernambuco e da Paraíba, locais que sofrem historicamente com a
estiagem. A obra visa a redistribuir a oferta hídrica, uma vez que o Rio São
Francisco é responsável por 70% da água disponível no Nordeste.
Para fazer isso, o Projeto
de Integração do Rio São Francisco interliga o Rio São Francisco, que tem mais
de 2.800 quilômetros de extensão e atravessa cinco estados brasileiros. Sua
bacia hidrográfica tem 640 mil quilômetros quadrados — o equivalente à área da
França.
O projeto de integração do
rio leva a água a sistemas e bacias hídricas que antes não eram alimentados por
ele. Isso é feito por meio da construção de canais e bombeamento. Na verdade, o
curso do São Francisco não é desviado; uma parte de sua água é levada a regiões
que sofrem com a seca. O Velho Chico nasce em Minas Gerais, na Serra da
Canastra. Seu percurso final o leva ao Oceano Atlântico, em Alagoas.
A ideia do projeto é a de
levar água em direção ao norte e ao leste do Nordeste, chegando a estados que
tradicionalmente sofrem mais com a seca: Ceará, Paraíba, Pernambuco e Rio
Grande do Norte. Para isso acontecer foram construídos dois eixos: o Leste (que
vai na direção de Campina Grande, na Paraíba), e o Norte, que chega aos estados
do Ceará, Paraíba, Pernambuco, e Rio Grande do Norte.
No total, são 13 aquedutos,
9 estações de bombeamento e 27 reservatórios. O rio, no entanto, faz parte de
um sistema hídrico que será beneficiado como um todo com o redirecionamento das
águas.
Serão beneficiadas as bacias
de Brígida, Terra Nova, Pajeú, Moxotó e bacias do Agreste (Pernambuco);
Jaguaribe e Metropolitanas (Ceará); Apodi e Piranhas-Açu, (Rio Grande do
Norte); Paraíba e Piranhas, (Paraíba). Com a integração, 23 açudes serão
recuperados e os novos reservatórios vão alimentar o agreste nordestino com a
tão preciosa água. Tantas grandes cidades como Fortaleza, Juazeiro do Norte,
Crato, Mossoró, Campina Grande, Caruaru, quanto pequenos e médios municípios
serão beneficiados.
Campina Grande, por exemplo,
que fica no Eixo Leste, sofria com constantes desabastecimentos. Em 2017, o
açude Boqueirão, única fonte de água local, tinha 2,9% da capacidade – nível
mais baixo registrado desde 1957. Quando a obra da integração chegou à cidade,
a vida dos moradores mudou. O racionamento acabou e o abastecimento foi
normalizado. Essa é a nova realidade não só ali, como em outros 35 municípios
dos estados de Pernambuco e da Paraíba. São mais de 1 milhão de pessoas
atendidas.
Durante décadas, parecia
impossível que o semiárido nordestino pudesse parar de sofrer com a seca. A
Integração do Rio São Francisco mostra que não apenas é possível melhorar a
vida de milhões, como também resolver um problema que parecia fadado a ser
eterno.
Yahoo Notícias
Nenhum comentário