Temer desiste de assinar indulto de Natal de 2018.
Às vésperas de encerrar seu
mandato, o presidente Michel Temer informou a auxiliares ter desistido de
assinar o indulto de Natal de 2018. Após idas e vindas sobre a decisão, Temer
julgou melhor não tomar nenhuma iniciativa diante do fato de o Supremo Tribunal
Federal (STF) não ter o concluído o julgamento da suspensão do indulto de 2017.
A suspensão ocorreu após
pedidos de vista dos ministros Dias Tofffoli e Luiz Fux, com um placar de 6 a 2
a favor da validade do decreto de indulto natalino editado pelo presidente
Michel Temer no ano passado. Com o adiamento, continua valendo a liminar proferida
pelo relator, ministro Luís Roberto Barroso, que suspendeu parte do texto do
decreto.
O ministro da Secretaria de
Governo, Carlos Marun, chegou a anunciar na última quinta-feira (27), durante
café da manhã com jornalistas, que Temer assinaria o decreto até sexta-feira
(28), mas isso não ocorreu. Na prática, o presidente só teria o dia de amanhã
(31) para tomar a medida, defendida pela Defensoria Pública da União (DPU).
Esta será a primeira vez em
30 anos que a Presidência da República não emitirá um decreto em favor de
apenados por crimes não violentos que já cumpriram parte da pena.
Ao falar sobre o caso, Marun
criticou o fato de o indulto de 2017 ter sido sobrestado e modificado pelo
ministro do STF, Luis Roberto Barroso. “Quem sou eu para dizer que o STF
errou”, disse Marun. “Penso que o erro foi de um ministro do STF, já que é
claro na Constituição que a prerrogativa de decretar um indulto é do presidente
da República.”
No julgamento não concluído
no Supremo, a maioria do plenário havia votado, em 28 de novembro, pela
validade do ato presidencial do ano passado.
Em março, Barroso suspendeu
o indulto, atendendo a pedido da Procuradoria-Geral da República, com o
argumento de que a medida supostamente beneficiaria presos da Operação Lava
Jato. O ministro também discordou da exigência de cumprimento de apenas 20% da
pena e de estender o benefício a quem não tivesse quitado multas judiciais.
Agência Brasil
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