Programa de Integração do Rio São Francisco: Funasa não cumpre determinações do TCU.
Fiscalização constatou que
os despejos de esgotos sanitários nos corpos d’água do rio põem em risco 92%
das águas da transposição, que podem ser poluídas e ter sua qualidade
comprometida.
Em monitoramento de acórdão
de 2015 (Acórdão 1421/2015 - Plenário) referente à fiscalização das obras de
esgotamento sanitário em municípios a serem beneficiados pelo Projeto de
Integração do Rio São Francisco (Pisf), nos Estados de Pernambuco, Paraíba, Rio
Grande do Norte e Ceará, o Tribunal de Contas da União (TCU) reiterou
determinações feitas à Fundação Nacional de Saúde (Funasa) naquela época, as
quais não foram cumpridas.
O órgão deve enviar ao
Tribunal um cronograma de adoção das medidas necessárias para sanear os
problemas apontados, segundo determinação de novo acórdão, do ano passado, em
processo de relatoria do ministro Benjamin Zymler.
Pelo descumprimento das
determinações de 2015, também foram aplicadas multas a dois ex-presidentes da
Funasa no valor de R$ 30 mil cada. Notificados na ocasião, eles “não
apresentaram nenhuma resposta a respeito da matéria, mesmo após reiteradas
solicitações”. Ações que cabiam ao Ministério das Cidades, no entanto, foram
cumpridas.
Histórico
A fiscalização do Tribunal
levantou a situação da coleta e tratamento de esgotos nos municípios
beneficiários pelo Pisf, especialmente os da Área de Influência Direta (AID),
tendo constatado que somente 8% das cidades coletavam e tratavam seu esgoto.
Também foi realizado
diagnóstico das obras de esgotamento sanitário, por meio de 142 transferências
voluntárias, nos municípios beneficiados pelo Pisf, que somaram R$ 730 milhões.
Nesse aspecto, constatou-se que 55% das obras (78) estavam paralisadas, em
ritmo lento de execução ou não iniciadas, com atraso superior a dois anos.
Verificou-se, ainda, que 55
das transferências (39%) estavam com prazo de vigência expirado; 42 obras (30%)
tinham licença ambiental de instalação vencida; 18 obras (13%) estavam sendo
executadas por empresas cujas capacidades operacionais eram incompatíveis com a
execução dos empreendimentos; e 13 ajustes (9%) tiveram movimentações
financeiras atípicas nas contas específicas.
Diante dessas constatações,
foram feitas determinações ao Ministério das Cidades e à Funasa. Ainda foi
recomendado que o Ministério da Integração Nacional intensificasse as ações
junto ao Ministério das Cidades e à fundação, em associação com os governos
estaduais e municipais, para aumentar a cobertura dos serviços de esgotamento
sanitário nos municípios relacionados ao Pisf, em especial naqueles com
influência direta na qualidade das águas a serem transpostas.
Assessoria
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