Poupador prejudicado por planos econômicos custa a receber o dinheiro. Denúncia é do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor.
Imagem ilustrativa - Da internet |
Após pouco mais de ano da
homologação pelo Supremo Tribunal Federal (STF) do Acordo de Planos Econômicos,
muitos poupadores ainda não conseguiram receber a restituição, segundo o
Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec).
De acordo a entidade, os
poupadores alegam que a plataforma não funciona adequadamente e os bancos não
adotam iniciativas para o cumprimento do acordo.
Entre os bancos notificados
pelo Idec estão Banco do Brasil, Banco Safra, Bradesco e Santander, que não
realizaram nenhum pagamento a associados do Idec.
Até o momento, o Banco Itaú
restituiu valores de 27% dos associados e, em breve, serão realizados os
pagamentos de 40% dos associados clientes da Caixa Econômica Federal, informou
o Idec.
Segundo o advogado Walter
Moura, do Idec, há bancos que não liberam o pagamento, nem dão retorno aos
clientes sobre as causas da demora. Segundo ele, somente no caso do Banco do
Brasil, há 2 mil idosos associados ao Idec que ainda não receberam.
“Um ano depois da
homologação, tem banco que não pagou nada. Tem poupador que morreu nesse
período”, disse.
Caso pode parar na AGU
Moura afirmou que foi feita
reunião com a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) para tentar encontrar
solução para o problema. Segundo ele, se até o fim do mês não houver solução, o
Idec deve registrar reclamação na Advocacia-Geral da União (AGU), no Banco
Central e no STF.
Procurados, Banco do Brasil,
Banco Safra, Bradesco e Santander disseram que não comentariam o assunto e que
a porta-voz dos bancos seria a Febraban.
A federação, por sua vez,
disse que “os bancos têm trabalhado unidos e em associação com a Frente
Brasileira Pelos Poupadores (Febrapo) e o Idec, no interesse comum de melhorar
seu funcionamento” da Plataforma do Acordo dos Planos Econômicos, lançada em
maio de 2018, para liberar os pagamentos.
“O portal já recebeu 25
melhorias, que simplificaram procedimentos e tornaram o sistema mais amigável
aos usuários. Restam apenas exigências indispensáveis para a efetivação dos
acordos, como dados dos poupadores, dos seus advogados e dos processos, além da
assinatura com certificado digital do advogado - necessária para evitar fraudes
e pagamentos indevidos”, disse a Febraban, em nota.
Até o último dia 19, foram
realizados 143.101 cadastramentos no portal e 26.372 poupadores receberam total
ou parcialmente os valores, informou a Febraban. Outros 10 mil poupadores
receberam o valor do acordo por meio de mutirões presenciais.
Mutirões para assinatura de
acordos
Desde outubro de 2018, diz a
Febraban, os bancos têm realizado, com o Conselho Nacional de Justiça (CNJ),
mutirões para assinatura de acordos em São Paulo e têm programados eventos
semelhantes, a partir de abril, em Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Espirito
Santo e Minas Gerais. A federação acrescentou que já foram iniciados
entendimentos para marcar mutirões em outros estados.
“As reclamações sobre o
funcionamento do portal e o atendimento das adesões realizadas estão sendo
respondidas pontualmente pela empresa que gerencia o portal, pela Febraban e
pelos bancos. Nenhum pedido fica sem resposta ou solução”, garante a Febraban.
O Acordo dos Planos
Econômicos prevê o ressarcimento de poupadores prejudicados pelos Plano
Bresser, Verão ou Collor II que ingressaram na Justiça com ações individuais ou
que executaram sentenças de ações civis públicas ou coletivas.
Em 11 de dezembro de 2017, o
Idec, a Febrapo e a Febraban chegaram a um acordo, mediado pela AGU. Em 1º de
março de 2018, o acordo foi homologado pelo Supremo Tribunal Federal e começou
a valer em 12 de março, quando a decisão foi publicada.
Por Kelly Oliveira –
Repórter da Agência Brasil
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