Paraíba registrou 10 feminicídios este ano e ALPB realiza audiência para debater assassinato de mulheres.
Deputada Estadual Camila Toscano - PSDB |
A Comissão da Mulher da
Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB) realiza na quinta-feira (16), às 9
horas, audiência pública para debater o aumento dos casos de feminicídio no
Estado. A propositura é da deputada Camila Toscano (PSDB), presidente do colegiado,
que defende uma maior participação do Governo na elaboração de políticas
públicas voltadas à proteção das mulheres. Este ano, a Paraíba já registrou dez
casos de feminicídio. Só em abril foram quatro assassinatos de mulheres em
cinco dias.
Neste momento, segundo a
tucana, não há um tema mais emergencial para a mulher paraibana do que a sua
proteção, a proteção a sua vida. “Nós precisamos fazer com que o nosso
pensamento, o nosso discurso chegue a nossas escolas, chegue a nossas crianças.
Nós precisamos quebrar um histórico de machismo da nossa sociedade. A mulher
cresce e há o empoderamento feminino, mas proporcionalmente ao empoderamento
vem justamente o feminicídio e a violência contra a mulher”, afirmou.
Camila defende uma reflexão
para adoção de medidas para que o combate seja feito dentro das escolas e até
das casas, com a educação dos filhos, mostrando que a violência não é tolerada.
A deputada disse que não se pode mais aceitar como normal que, em apenas três
meses 1.016 inquéritos tenham sido instaurados nas delegacias da mulher da
Paraíba para apurar casos de violência.
“Nós precisamos ter a
consciência que estamos falhando na educação dos homens e isso resulta no
assassinato de mulheres. O Governo do Estado precisa entender que há necessidade
de mudar as políticas públicas em defesa das paraibanas”, destacou Camila.
Dados - Em janeiro, as 14
delegacias especializadas da mulher na Paraíba registraram, juntas, 403
inquéritos, 313 em fevereiro e 300 em março. Além disso, foram concedidas 385
medidas protetivas, uma diferença de 18 com relação ao número de inquéritos
instaurados no mesmo mês. Em fevereiro, foram 337 medidas, nesse caso, 24 a
mais em relação aos casos investigados. No mês de março, a Polícia Civil
concedeu 411 medidas protetivas, mais de cem, além dos inquéritos instaurados.
Segundo dados do Anuário da
Segurança Pública da Paraíba, de 2009 a 2018, um total de 1.083 mulheres foram
assassinadas. Em 2018, o número chegou a 84 mortes. Os dados oscilam bastante,
mas a maior alta foi no ano de 2011, com 146 mulheres vítimas de crimes
violentos e letais. Embora, segundo o Governo da Paraíba, tenha havido uma
redução de 29% nos casos desde 2010, os números mostram que não há um controle
dos casos. Além disso, o mês de janeiro de 2019 também foi marcado pela
violência contra a mulher.
Assessoria de Imprensa
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