Diretor do BNDES renuncia após Bolsonaro dizer que presidente do banco está com 'cabeça a prêmio'
Bolsonaro disse neste sábado
(15) que, se Joaquim Levy não demitisse Marcos Pinto, ele seria demitido.
Segundo ministro da Economia, Paulo Guedes, presidente ficou 'angustiado'
porque Levy escolheu 'nomes ligados ao PT' para a diretoria.
O diretor de Mercado de
Capitais do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES),
Marcos Barbosa Pinto, enviou neste sábado (15) uma carta de renúncia ao
presidente da instituição, Joaquim Levy.
Na carta, Marcos Pinto
afirmou que decidiu deixar o cargo em razão do "descontentamento
manifestado" pelo presidente Jair Bolsonaro.
Neste sábado (15), Bolsonaro
afirmou que Levy estava com a "cabeça a prêmio" e que, se não
demitisse o diretor, ele seria demitido.
"Escrevo para
apresentar minha renúncia ao cargo de diretor do BNDES. É com pesar que entrego
essa carta, logo após ter tomado posse, mas não quero continuar no cargo diante
do descontentamento manifestado pelo presidente da República com minha
nomeação", escreveu Marcos Pinto.
"Tenho muito orgulho da
carreira que construí ao longo dos anos, seja na academia, no governo ou no
mercado financeiro. Dada minha experiência, achei que poderia contribuir para
implementar as reformas econômicas de que o país precisa", acrescentou.
Segundo o ministro da
Economia, Paulo Guedes, o presidente Bolsonaro ficou "angustiado"
porque Levy optou por "nomes ligados ao PT" para cargos no banco.
De acordo com o jornal
"Valor Econômico", Marcos Pinto é mestre em direito pela Universidade
de Yale (EUA) e doutor pela Universidade de São Paulo (USP).
Marcos Pinto foi chefe de
gabinete de Demian Fiocca na presidência do BNDES (2006-2007). Fiocca era
considerado, no governo federal, um homem de confiança de Guido Mantega,
ministro da Fazenda nos governos de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff.
Marcos Pinto é também
ex-diretor da Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
Por G1 — Brasília
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