ATENÇÃO: Empresa que seria 'administrada' por vereador preso recebeu R$ 3,5 milhões de prefeituras na Paraíba.
Sagres mostra que só em
Campina Grande, empresa recebeu quase R$ 1 milhão, em 2018.
A empresa que, segundo a
Polícia Federal e Ministério Público Federal, era administrada pelo vereador
Renan Maracajá (PSDC) recebeu mais de R$ 3,5 milhões em pagamentos feitos por
prefeituras da Paraíba. O vereador foi preso na 2ª fase da Operação Famintos
suspeito de integrar um esquema de desvio de verbas de merenda escolar.
De acordo com a
investigação, a empresa Lacet – Comércio Varejista de Produtos LTDA estava em
nome de outras pessoas, mas seria ainda assim administrada, de fato, pelo
vereador. Em consulta aos dados do Sagres, do Tribunal de Contas da União
(TCE), é possível ter acesso aos pagamentos feitos por cinco prefeituras a
empresas com nomes vinculados ao mesmo CNPJ.
A empresa investigada
recebeu dinheiro das prefeituras de Campina Grande, Monteiro, São Bento, Riacho
de Santo Antônio, Picuí e Nova Palmeira. Somados os pagamentos, os valores
somados nos últimos quatro anos chegam a R$ 3.560.104,65. Porém, o foco dessa
investigação é na merenda fornecida em Campina Grande. Só da prefeitura de
Campina Grande, a empresa recebeu R$ 918 mil, referentes a empenhos dos meses
de 2018.
A prisão
Renan Maracajá e outras seis
pessoas foram presas nesta quinta-feira (22) durante a segunda fase da Operação
Famintos, que investiga um esquema de desvio de verbas de merendas, em Campina
Grande. Ainda na quinta-feira, o vereador prestou depoimento na Polícia Federal
e depois foi transferido para uma unidade prisional no bairro Mangabeira, em
João Pessoa.
O advogado de Renan Maracajá
disse que vai entrar com um pedido de habeas corpus para o vereador,
questionando os requisitos que embasam o pedido de prisão, tendo em vista que
Renan Maracajá nunca teria sido preso, nem respondido processos e estaria colaborando
com as investigações sempre que foi solicitado.
Foco da 2ª fase
Nessa segunda fase das
investigações o foco é a distribuição dos alimentos diretamente para as escolas
do município. Ao todo, são mais de 100 unidades escolares no total. Ainda de acordo
com a Justiça, o esquema causou um prejuízo de R$ 2,3 milhões. No documento da
investigação, a operação fala como o vereador administrava a empresa
investigada.
Relatório
“Embora Renan Tarradt
Maracajá formalmente não seja mais sócio da Lacet, ele ainda administra a
empresa, de modo que Renan Oliveira Félix e André Nunes de Oliveira Lacet são,
ao que tudo indica, 'laranjas' utilizados para ocultar o controle de Renan
Tarradt Maracajá sobre a pessoa jurídica. Isso foi confirmado por meio dos
documentos apreendidos na residência de Renan Tarradt Maracajá e na sede da
Lacet Comercial quando da execução das medidas de busca e apreensão cumpridas
por meio da Operação Famintos”, relata o documento.
O G1 não conseguiu contato
com Renan Oliveira Félix, nem com a defesa de André Nunes de Oliveira Lacet,
que também foi preso nessa segunda fase da operação.
Por Artur Lira, G1 PB
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