Operação Calvário: delações de Leandro apontaram participação de Ivan Burity.
Imagem da internet |
Secretário é apontado como
recebedor de propinas desde gestões passadas relacionadas à educação e à saúde.
Uma delação premiada feita
pelo ex-assessor da Secretaria de Administração do Estado, Leandro Nunes
Azevêdo, levou as investigações da operação Calvário até o secretário Executivo
de Turismo, Ivan Burity. O auxiliar nos governos de Ricardo Coutinho (PSB),
desde a prefeitura, e mantido por João Azevêdo (PSB), na atual gestão, é
apontado como recebedor de propinas. A influência dele ocorreria tanto em
contratos da saúde, quanto da educação, com destaque para esta última.
No âmbito da Educação, o
destaque ficaria por conta da aquisição de materiais didáticos pelo Governo do
Estado da Paraíba. A organização criminosa, segundo o Grupo de Atuação Especial
de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público da Paraíba, tinha
em Burity o especialista na abertura de caminho para contratação das empresas,
mediante contratos fraudulentos e o consequente recebimento de propina.
Três empresas são relacionadas
no suposto esquema: Conesul Plus, do empresário Márcio Nogueira Vignoli e
gerenciada por Hilário Ananias Queiroz Nogueira; Brink Mobil, cujo
sócio-administrador é Valdemar Ábila, e a Grrafset, de Vladmir Neiva. As
investigações também apontam a existência de outras empresas que também teriam
contribuído com o esquema de pagamento e recebimento de propina ao grupo
criminoso. Entre elas está a Editora Inteligência Relacional, ligada a Jardel
Aderico da Silva, também preso na atual fase da operação.
Sobre Ivan Burity, Leandro
narrou também episódio, em junho de 2014, no qual ele teria transportado R$ 1,2
milhão trazido de cidade não identificada. De posse deste dinheiro, R$ 300 mil,
teria sido destinado ao ex-deputado Rômulo Gouveia, já falecido, então
vice-governador do Estado.
Aléssio Trindade
As investigações têm como
alvo também o secretário de Educação e da Ciência e Tecnologia (SEECT), Aléssio
Trindade de Barros, além do ex-executivo da pasta, José Arthur Viana Teixeira
de Araújo. Ambos foram alvos de mandados de busca e apreensão. De acordo com o
Ministério Público, a investigação sobre eles ocorre por causa das suspeitas
sobre inexigibilidade de licitações nos contratos suspeitos. O procedimento
teria sido a porta de entrada para as irregularidades.
Já no âmbito da Secretaria
de Estado da Saúde, o alvo da medida cautelar é o Instituto de Psicologia
Clínica, Educacional e Profissional (Ipcep), Organização Social responsável
pela administração do Hospital Metropolitano de Santa Rita e do Hospital Geral
de Mamanguape (HGM). A instituição teve o contrato renovado recentemente pelo
governador João Azevêdo. Ela foi denunciada na primeira etapa da operação, ao
lado da Cruz Vermelha Brasileira (CVB). A denúncia é de desvio de recursos e
pagamentos de propinas a autoridades. Ambas pertenciam a Daniel Gomes da Silva,
preso em etapas anteriores da operação.
A nova fase da operação teve
como alvo, também, a prisão do diretor administrativo do Hospital Geral de
Mamanguape, Eduardo Simões Coutinho. Foram alvos de mandados de busca e
apreensão o diretor executivo do Ipcep, Antônio Carlos de sousa Rangel, o
diretor administrativo do HTMST, Henaldo Vieira da Silva; a diretora jurídica,
Giovana Araújo Vieira, e o diretor financeiro, Mario Sérgio Santa Fé da Cruz.
Eles são investigados
cometimento do crime de falsificação de documento público, consubstanciado na
adulteração de Termo de Referência que ensejou a contratação da empresa DIMPI
Gestão em Saúde Ltda para prestar serviços de imagens no Hospital Metropolitano
de Santa Rita. Em relação a Eduardo Coutinho, ele teria recebido dinheiro de
propina de fornecedores no Ipcep em nome de Daniel, a exemplo das vantagens
indevidas entregues por José Aledson de Sousa Moura, proprietário de fato da
Total LAB.
Alvos de busca e apreensão
Os alvos dos mandados de
busca e apreensão são Aléssio Trindade de Barros, José Arthur Viana Teixeira,
Ivan Burity de Almeida, Pousada Potiguara/Camaratuba LTDA, Conesul Compercial e
Tecnologia Educacional EIRELI, Márcio Nogueira Vignoli, Hilário Ananias Queiroz
Nogueira, Editora Grafset LTDA, Vladimir dos Santos Neiva, J.R. Araújo
Desenvolvimento Humano EIRELI/Editora Inteligência
Relacional, este com
localização em Ribeirão Preto/SP e Maceió/AL, Jardel da Silva Aderico, Antônio
Carlos de Souza Rangel, Henaldo Vieira da Silva, Giovana Araújo Vieira, Mário
Sérgio Santa Fé da Cruz, Eduardo Simões Coutinho, José Aledson de Moura,
Instituto de Psicologia Clínica Educacional e Profissional (IPCEP) e Brink
Mobil Equipamentos Educacionais LTDA, este último com localização em
Colombo/PR, Curitiba/PR, Campina Grande do Sul/PR e São Paulo/SP.
Estão sendo cumpridos, de
forma simultânea, 13 mandados no Estado da Paraíba, sendo 2 de prisão
preventiva e 11 de busca e apreensão, mais precisamente nos municípios de João
Pessoa, Santa Rita e Mataraca; 4 no Estado do Rio de Janeiro, 3 em São Paulo, 5
no Paraná, todos de busca e apreensão, além de 2 mandados (1 de prisão
preventiva e 1 de busca e apreensão) em Alagoas. Maiores esclarecimentos serão
disponibilizados pelo Ministério Público da Paraíba, após da conclusão das
diligências.
Blog do Suetoni Souto Maior
Nenhum comentário