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‘Vendo com as Mãos’ - Atividade incentiva alunos de Enfermagem do CES a refletirem sobre a pessoa cega no cotidiano.



“No início, uma sensação de insegurança e impotência em tudo. Um tempo depois, comecei a me acostumar, mas eu sabia que iria voltar a ver e isso me tranquilizava. Realmente, me coloquei por alguns minutos no lugar de alguém que não dispõe da visão e percebi o quanto é difícil encontrar acessibilidade...”. Este é um trecho do depoimento da estudante Crisalda Eslita Silveira, do 2º período do curso de Enfermagem do Centro de Educação e Saúde (CES) da UFCG, sobre sua participação na aula temática ‘Vendo com as Mãos’, realizada neste semestre, para estudantes da disciplina de Língua Brasileira de Sinais - Libras, no Campus Cuité.

A atividade buscou despertar os alunos a refletirem sobre as dificuldades que as pessoas cegas e surdacegas passam quando lhes é negado o direito à acessibilidade, assegurado pela Lei 9.394/96, inclusive em unidades de saúde. Na ocasião, os participantes, de forma revezada, foram desafiados a vendarem seus olhos e, na companhia de outros colegas sem venda, caminharem pelas dependências da universidade e identificarem as coisas, apenas utilizando o sentido do tato.  A Libras Tátil, por exemplo, é uma das possibilidades que o surdocego tem para se comunicar.

Os estudantes ainda tiveram a oportunidade de assistir a aulas expositivas, debates, exposição de materiais que a pessoa cega utiliza para escrever em Braille, depoimentos e um mergulho sobre a vida de Helen Keller, através do filme O Milagre de Ane Sullivan.



De acordo com a professora Alda Leaby, a atividade desenvolvida com os futuros enfermeiros também teve o objetivo de contribuir para a formação do profissional com condições de atender as pessoas com deficiência visual que precisam dos serviços de saúde.

“Essa aula traz uma grande reflexão e muitas lições, mas acima de tudo nos leva a pensar na importância de conduzir uma pessoa que não enxerga a uma Unidade Básica de Saúde (UBS), por exemplo, e atendê-la de forma digna”, afirma a docente.


Para Crisalda, a saúde pública deveria capacitar seus funcionários para atender todos os grupos da sociedade independente de muita ou pouca procura. “Na cidade de Cuité, por exemplo, pessoas assim aparecem em pouco número ou até mesmo se retraem da sociedade por saberem que não serão bem aceitas e atendidas”. Por isso, é essencial que todos os profissionais da saúde também estejam preparados para receber este grupo, declarou.


Ascom CES/UFCG

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