Coronavírus: ministro da Saúde reconhece agravamento da situação. A situação é mais grave em Manaus, Recife, Rio e São Paulo.
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Em entrevista coletiva em
Brasília, o ministro da Saúde, Nelson Teich (foto), afirmou que o aumento de casos
constitui uma tendência. Anteriormente, ele havia ponderado que seria preciso
ver se os números expressam a atualização de casos anteriores ou se
representavam um aumento de fato.
“A curva vem crescendo e há
agravamento da situação. Isso continua restrito aos lugares que estão vivendo
maiores dificuldades, como Manaus, Recife, Rio de Janeiro e São Paulo.
Entendendo que Brasil tem que ser tratado de forma diferente, mas nesses
lugares com um quadro de piora vamos continuar acompanhando para ver como vai
ser a evolução”, declarou Nelson Teich.
De acordo com o último
levantamento do Ministério da Saúde, o Brasil chegou a 71.886 pessoas
infectadas, 5.017 óbitos e 32.544 pacientes recuperados que deixaram de
apresentar os sintomas da doença. A letalidade subiu para 7%, o maior índice
desde o início da pandemia no país.
As cidades mais afetadas
pela pandemia estão vivendo já o colapso de seus sistemas de saúde. Em Manaus,
Fortaleza e Rio de Janeiro há filas de espera por leitos de unidade de
tratamento intensivo (UTI). O cenário é preocupante em outros locais, como a
região metropolitana do Recife e Belém.
Nesta terça-feira (28), Teich se reuniu
com governadores da Região Norte. Amanhã, com os governadores das regiões Sul e
Nordeste. E na quinta, do Sudeste e do Centro-Oeste. Ele afirmou que o
ministério está “trabalhando para dar apoio” a locais mais afetados, como por
meio da aquisição de respiradores, equipamentos de proteção individual (EPI) e
recursos humanos.
“A partir de amanhã vamos
distribuir 185 respiradores para estados e municípios mais afetados. Vamos
encaminhar novos kits de EPI para estados mais complicados e estamos
contratando recursos humanos para reforçar equipes de saúde. Além disso, testes
laboratoriais, testes rápidos, tudo isso está acontecendo simultaneamente”,
acrescentou o secretário executivo, Eduardo Pazuello.
Pazuello não detalhou acerca
de números para além dos respiradores. Segundo o Painel de Leitos e Insumos do
órgão, até o momento, foram repassados 20 respiradores. Embora não haja
registro no painel de leitos locados, o governo anunciou que teria
disponibilizado 540 leitos. Hoje foi divulgado edital para a contratação de
mais dois mil leitos. A abertura das propostas do pregão será na
quinta-feira(30). As selecionadas terão de sete a 10 dias para montar os
leitos, divididos em 200 kits de 10 cada um.
De acordo com a plataforma
do Ministério da Saúde, até hoje haviam sido repassados 3,4 milhões de testes
rápidos, 35,2 milhões de toucas, 25,9 milhões de máscaras cirúrgicas, 2,2
milhões de máscaras N95 e 1,5 milhões de aventais.
“É uma situação difícil. A
gente sabe como está difícil obter recursos como respiradores. Este é talvez o
grande problema. É um problema mundial. A gente concorre com o mundo inteiro.
Estamos buscando entender como está funcionando o Brasil. Essa centralização é
fundamental para que a distribuição seja baseada na necessidade mais imediata
de cada cidade”, comentou Nelson Teich.
Por Jonas Valente – Repórter
Agência Brasil
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