Municípios brasileiros iniciam instalação de Centros de Atendimento para pacientes com a Covid-19.
Com primeiro repasse do
Ministério da Saúde, 767 municípios de todas as regiões do país estão aptos a
implantarem unidades que devem desafogar hospitais de referência e tratar casos
leves da doença.
O Ministério da Saúde
credenciou 807 Centros de Atendimento de mais de 760 municípios brasileiros
para o combate à pandemia da Covid-19. Esses centros vão servir para identificar,
precocemente, casos do novo coronavírus e atender pessoas com síndrome gripal.
Os Centros de Atendimento
vão prestar auxílio ao Sistema Único de Saúde (SUS). Nesses locais será
possível identificar e tratar casos com sintomas leves de coronavírus. A
expectativa é de que os centros ajudem a desafogar a demanda pelas unidades de
saúde da Atenção Primária e, assim, esses locais voltem à rotina habitual, com
serviços voltados para a saúde da criança, consultas de pré-natal e
acompanhamentos de doentes crônicos, como diabéticos e hipertensos, por
exemplo.
Além disso, essas unidades
podem reduzir a ida de pessoas com sintomas leves aos serviços de urgências ou
hospitais. O município de Manga, em Minas Gerais, já está se preparando para
iniciar o atendimento à população no Centro de Atendimento a partir da próxima
semana. A unidade adaptada fica no bairro JK, no centro da cidade.
O centro vai concentrar
todos os testes para diagnóstico da Covid-19 no município e vai atender todos
os pacientes com sintomas da doença, afirma a secretária de Saúde de Manga,
Paula Beatriz de Almeida. Segundo ela, isso vai permitir que as outras unidades
de saúde tenham mais estrutura para retomar o atendimento de rotina.
“Vamos voltar o atendimento
da atenção básica para a proposta inicial de atendimento ao hipertenso, ao
diabético que, hoje, não é que teve que ser interrompido, mas houve a
necessidade de um olhar diferenciado para a questão do coronavírus”,
justifica.
Adesão
De acordo com o Ministério
da Saúde, qualquer município brasileiro pode implantar um Centro de
Atendimento. Para isso, basta solicitar credenciamento junto ao órgão. A
solicitação passa por análise técnica e orçamentária e deve ser feita pela
página e-Gestor AB.
Dos mais de 5 mil municípios
do país, 767 já aderiram à iniciativa. Por meio de uma portaria, o Governo
Federal liberou mais de R$ 250 milhões para que os gestores dessas cidades deem
o pontapé inicial na instalação das unidades. Os municípios são livres para
criar um espaço específico para o Centro de Atendimento ou aproveitar
estruturas já disponíveis na rede de saúde local, como unidades de saúde,
unidades mistas, policlínicas e centros especializados.
Os centros devem ter
consultório e salas de acolhimento, isolamento e coleta, além de funcionar 40
horas por semana. A equipe que atende no local tem que ser composta por médico,
enfermeiro e técnico ou auxiliar de enfermagem.
Preocupada com o avanço da
Covid-19 no município de Sarandi (PR), a secretária de Saúde local, Aparecida
Rodrigues Schwarz, comemorou o credenciamento do Centro de Atendimento junto
Ministério da Saúde. A unidade já estava em funcionamento e, com o cadastro
junto ao órgão, mais recursos vão chegar para reforçar a equipe de
profissionais.
“Para nós a portaria foi uma
novidade, porque desde que começou a pandemia, estamos lutando com todas as
forças, cortando recursos de outros setores para socorrer a área do Covid. Com
essa solução conseguiremos dar uma respirada, porque vamos ter fôlego para
contratar mais médicos pois, os que temos, são a conta do atendimento normal do
dia-a-dia”, destaca.
Segundo a secretária, o
Centro de Atendimento, localizado no Jardim Independência, zona norte da
cidade, recebe qualquer pessoa que esteja com sintoma característico do novo
coronavírus, como febre, tosse e dificuldade para respirar. “Estamos testando
todas as pessoas com sintomas ou que já tiveram algum caso de pessoas próximas
contaminadas pelo vírus”, explica.
Nordeste puxa a fila
A Região Nordeste responde
por mais de 60% dos municípios que foram contemplados com recursos para os
Centros de Atendimento. Ao todo, são 469 cidades. O Maranhão é o campeão
nacional na intenção de implantar as unidades. São 99, até aqui. Em seguida vem
outro estado nordestino, a Bahia, com 91 municípios.
Em terceiro lugar entre os
estados está Minas Gerais, que tem 81 municípios cadastrados. Na classificação
por região, a segunda é a Sudeste (140). Depois vêm o Sul (81), o Norte (48) e
o Centro-Oeste (29).
Há casos, por exemplo, em
que há baixa intenção, até o momento, de criação de centros de atendimento. É o
caso de Roraima, onde apenas o município de Amajari se cadastrou.
Tipos de Centro de
Atendimento
De acordo com a portaria
regulatória, os Centros de Atendimento da Covid-19 podem ser de três tipos: 1,
para municípios de até 70 mil habitantes; 2, para municípios que têm entre 70
mil e 300 mil moradores; e 3, para municípios com mais de 300 mil habitantes.
Mais de 90% dos municípios
que receberam recursos da portaria têm Centro de Atendimento do tipo 1. São
710, ao todo. Do tipo 2, são 51. Poucos são aqueles do tipo 3: seis.
A classificação de cada um
dos municípios e do Distrito Federal lhes dá direito a valores específicos que
o governo vai repassar todos os meses, de junho até setembro, segundo a
portaria. No entanto, o texto é claro ao afirmar que o prazo pode ser estendido
a depender da situação epidemiológica do coronavírus no país.
Confira abaixo os valores
que cada município recebe por tipologia do Centro de Atendimento.
Centros Comunitários
Com a mesma finalidade, o
Ministério da Saúde também instituiu os Centros Comunitários. A diferença é que
esses locais são direcionados para atender a população de comunidades e favelas.
O valor repassado para cada centro varia entre R$ 60 e R$ 80 mil, pois depende
do tamanho da população atendida. O objetivo do órgão é que os hospitais
concentrem os casos mais graves da Covid-19. Ao todo, a pasta vai investir
cerca de R$ 1,2 bilhão nos centros de Atendimento e Comunitários.
Brasil 61
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