“Eleições 2020 terão modificações tecnológicas na infraestrutura de totalização dos resultados”, afirma secretário de Tecnologia da Informação do TSE.
Em entrevista exclusiva ao portal Brasil61.com, Giuseppe Janino também explicou como o Tribunal Superior Eleitoral planeja as medidas de prevenção ao coronavírus nas seções eleitorais e como a Justiça Eleitoral se prepara para evitar a propagação das fake News.
As eleições de 2020 se
aproximam e vão ocorrer em um contexto diferente de qualquer outro pleito. Além
da propagação de notícias falsas, fato que já foi observado nas eleições
presidenciais de 2018, há também a preocupação quanto à contaminação pelo
coronavírus por eleitores e mesários. Neste ano, há também uma novidade na
infraestrutura de totalização dos resultados.
Em entrevista exclusiva ao
portal Brasil61.com, o secretário de Tecnologia da Informação do Tribunal
Superior Eleitoral (TSE), Giuseppe Janino, explicou como a Justiça Eleitoral se
prepara para os desafios a serem superados nas eleições deste ano. Em 2020, há
uma novidade tecnológica. Os dados do pleito não serão mais transmitidos para
os data centers dos Tribunais Regionais Eleitorais (TREs), e sim diretamente
para o banco de dados do TSE. Na avaliação de Janino, essa é uma mudança
significativa no processo eleitoral.
“Construímos uma nuvem
computacional no data center do TSE. Ali, nós faremos a totalização das 5.568
(municípios) eleições. Além disso, todos os sistemas mais abrangentes, como o
registro de candidatura, processo judicial eletrônico, também estarão dentro
dessa nuvem computacional. A grande vantagem é que nós teremos condições de
fazer o que chamamos de elasticidade, aumentar o potencial na medida em que
houver necessidade. Além de vários outros atributos em termos de segurança,
garantia de disponibilidade dentro desse cenário”, explica.
O secretário também explicou
como o TSE planeja as ações de prevenção ao coronavírus nas seções eleitorais.
Na avaliação de Janino, o adiamento das eleições para de outubro para novembro
– as datas são 15 e 29 de novembro – e a ampliação do horário de votação foram
medidas importantes e com impactos significativos. No penúltimo mês do ano,
segundo o secretário, há a expectativa de que a pandemia esteja em números
decrescentes. Janino explica ainda que serão adotadas medidas de sinalização de
distanciamento e higienização das seções eleitorais.
“A ampliação do horário é
justamente para evitar o acúmulo de pessoas nas seções eleitorais, em filas e
também haverá a sinalização para o distanciamento. Seguiremos com a
higienização do eleitor antes da votação e posteriormente à votação, usando
álcool em gel. Os mesários terão os EPIs, máscaras, face shields. Facultará a
entrega do recibo de votação, ou seja, só será entregue para aqueles que têm o
interesse em receber. A recomendação é de que o eleitor leve a sua própria
caneta”, diz.
Em relação às notícias
falsas, Giuseppe Janino destaca que a estratégia adotada pelo Tribunal Superior
Eleitoral é ampliar a divulgação de como funciona o processo eleitoral para não
dar espaço para informações que não sejam verdadeiras. Segundo o secretário, o
alvo da desinformação é o processo eleitoral.
“O processo eleitoral está
pautado na tecnologia e isso levanta muitas notícias falsas a respeito da urna
eletrônica. Identificando essas notícias, nós analisamos, colocamos o que é a
realidade e trabalhamos também com empresas de fake check (empresas que
analisam a veracidade das informações). Esse material é direcionado para essas
empresas, elas verificam e nos devolvem, e nós propagamos a informação correta
com celeridade. Preferencialmente na mesma mídia em que ela esteja circulando”,
pontua.
Janino explicou ainda sobre
os testes de segurança das urnas eletrônicas. “O teste público de segurança é
uma iniciativa do TSE. Tivemos na última edição do teste público 13 planos de
ataques submetidos no processo eleitoral, com foco, geralmente, na urna
eletrônica e nos sistemas que gravitam em torno da urna. Dois desses planos
obtiveram sucesso em passar por algumas barreiras de segurança, mas não
conseguiram alterar dados e nem programas, tampouco resultados.
Fizemos as ações corretivas
e submetemos a um teste dessas ações. Tentaram passar pelas barreiras
novamente, mas não tiveram êxito. Isso demonstra que o processo é robusto
suficiente”, diz.
Em relação aos locais de
difícil acesso, como algumas localidades na região amazônica, por onde só se
chega de barco ou helicóptero, o secretário garante que haverá urna para
votação para todos. “São levadas as mesmas urnas que as demais localidades.
Isso demostra que a Justiça Eleitoral vai até onde o cidadão estiver e dá a ele
condições de interagir com o processo democrático. Nossa urna eletrônica já foi
projetada para resistir a mudanças de temperatura, de umidade, de poeira”,
destaca.
Neste ano, são mais de 147
milhões de eleitores, mais de 400 mil seções eleitorais e 600 mil candidatos em
todo o país. Segundo o tribunal, o número de concorrentes é recorde em
território nacional.
Fonte: Brasil 61 -
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