Aumento no valor do gás domiciliar pesa no bolso do consumidor.
Reajuste afeta todo o País e
varia conforme a oferta e a demanda de cada estado
O ano de 2020 foi marcado
por sucessivos aumentos no preço do gás. Em 1º de janeiro deste ano, o produto
vendido no Rio Grande do Sul de forma canalizada conta com uma nova tabela, que
trouxe preços mais amargos. A Companhia de Gás do Estado do Rio Grande do Sul
(Sulgás), que comercializa e distribui o produto, reajustou em 7,7% o preço do
gás natural domiciliar e o comercial em 9,37%.
A Sulgás diz que o último
reajuste foi realizado em outubro de 2019 e que o atual aumento “visa somente
realinhar as tarifas de acordo com o aumento do custo do gás nesse período, que
também é diretamente impactado pela variação do dólar”.
Em Santa Catarina, neste
mês, a Agência Reguladora de Serviços Públicos do estado (Aresc) também aumentou
em 13,43% o preço do gás natural de domicílio; e em 16,6% do gás a consumidores
comerciais.
Em 3 dezembro do ano
passado, a Petrobras aumentou em 5% o preço médio do GLP, também conhecido como
gás de cozinha. O acréscimo é válido para revendedoras. O reajuste fez com que
valor médio do botijão de gás de 13kg comercializado pela estatal às
revendedoras passasse para R$ 33,89. Ao longo de 2020, houve variação média de
21,9% no preço do produto, o que corresponde a R$ 6,08 por botijão de gás.
Consumidor
O impacto desse reajuste foi
sentido no restaurante do empresário e chefe de cozinha Marcello Lopes, de
Brasília. Para 2021, para compensar esse aumento, ele pretende investir em
equipamentos elétricos e em energia renovável. “Comecei janeiro de 2020 pagando
R$ 258 com gás de cozinha e, hoje, estou pagando R$ 335. Ou seja, foi um
aumento absurdo”, afirma.
Segundo a Agência Nacional
de Petróleo (ANP), em Brasília, o botijão de gás varia entre R$ 69,99 e R$ 93.
Em Rio Branco, capital do Acre, o preço varia entre R$ 90 e R$ 98.
César Bergo, presidente do
Conselho Regional de Economia do Distrito Federal (Corecon-DF), diz que o valor
do gás de cozinha varia em todo o País conforme a oferta e a demanda do produto
em cada estado. De acordo com ele, o aumento no valor do gás de cozinha ao
longo do ano passado pode ser explicado pela variação do preço do petróleo, um
dos componentes dessa mercadoria. Além disso, ele cita a falta de
competitividade no setor.
“O preço sobe também pelo
fato da Petrobras ser praticamente um monopólio do gás de cozinha. Dessa forma,
o mercado fica sujeito às tratativas da Petrobras de compra e importação do
produto”, explica.
Carinne Souza, dona de uma
lanchonete no Guará, região administrativa do Distrito Federal, conta que precisou
repassar aos seus clientes o aumento do gás de cozinha.
“Para compensar isso,
precisamos economizar, por exemplo, no gasto com luz, com água e reduzindo a
compra de alimentos. E, infelizmente, nós tivemos que repassar esse prejuízo
para os clientes, aumentando os valores dos itens que vendemos.”
Nordeste
Em Campina Grande (PB),
segundo pesquisa feita em dezembro pelo Procon do município, o preço médio do
botijão de gás foi de R$ 75,88 à vista. No mesmo mês de 2019, o preço médio
encontrado à vista foi de R$ 69.
De acordo com a Petrobras, o
valor dado pela empresa ao comercializar o GLP para as distribuidoras pode ser
representado pela soma de duas parcelas: uma referente ao produto vendido pela
empresa e outra parcela de tributos, que são cobrados pelos estados e pela
União. No preço do botijão pago pelos consumidores nos pontos de revenda também
estão incluídos os custos e as margens de comercialização das distribuidoras e
dos pontos de revenda.
Fonte: Brasil 61 -
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