Acre continua a sofrer com cheias, dengue e covid-19. Estado está em situação de emergência desde a última terça-feira.
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Divulgação/Secom Acre |
Em situação de emergência desde a última terça-feira (16), o Acre ainda tem milhares de pessoas desalojadas e desabrigadas devido as enchentes que atingem dez municípios, incluindo a capital Rio Branco. O nível de água em alguns rios começou a retroceder de volta para dentro das margens, mas a situação ainda é crítica.
Além das inundações, o
estado sofre com um surto de dengue, alta de casos de covid-19 e com conflitos
com os imigrantes haitianos e de outras nacionalidades na fronteira com o Peru.
Na última quinta-feira (18), o município de Assis Brasil decretou estado de
calamidade pública devido à dificuldade de abrigar a grande quantidade de
imigrantes na cidade após o fechamento da fronteira peruana, por conta da
pandemia. Houve conflito entre imigrantes que tentaram forçar a entrada no país
vizinho e as Forças Armadas do Peru.
Cheias
Em Rio Branco, o último
balanço do governo estadual a partir das informações da defesa civil do
município contabilizava 2,7 mil famílias atingidas, sendo 75 desabrigadas e 129
desalojadas. O nível do Rio Acre recuou 20 centímetros nas últimas 24 horas. A
previsão é que amanhã ele retroceda um pouco mais, mas ainda assim fique em
15,19 metros, fora dos 14 metros, mínimo necessário para que as águas voltem
para dentro das margens.
Em outro município do Acre,
Sena Madureira, o número de famílias desabrigadas passa de 1,4 mil e outras 2,5
mil estão desalojadas. O Rio Iaco marcou ontem (20) mais de 18 metros de nível,
sendo que o limite máximo para que o rio fique dentro das margens é de 15,2
metros.
Em Cruzeiro do Sul, são 208
famílias desabrigadas e 3,9 mil desalojadas. O Rio Juruá registrou, segundo o
governo estadual, a maior cheia desde 2017, atingindo os 14,31 metros.
Em Tarauacá a enchente
atingiu 90% da cidade, afetando 7 mil famílias, deixando 77 desabrigadas e 38
desalojadas. O Rio Tarauacá, no entanto, baixou e voltou para dentro da cota de
transbordo nas últimas horas.
Governo federal
Em vídeo divulgado nas redes
sociais, o governador do Acre, Gladson
Cameli, pediu paciência à população e disse que o governo estadual está
trabalhando junto com o governo federal para atender aos atingidos pelas
cheias. “Eu peço que a população tenha paciência. Eu sei que não aguentam mais
esperar, estamos com várias situações críticas. O que a gente precisa nesse
momento é união”, enfatizou.
O presidente Jair Bolsonaro
disse que pretende visitar o estado na próxima quarta-feira (24) em uma
mensagem gravada ao lado do senador Marcio Bittar (MDB-AC) e divulgada nas
redes pelo parlamentar. “Sabemos dos problemas, estamos agindo e na próxima
quarta-feira, se Deus quiser, estaremos lá”, disse o presidente no vídeo.
Coronavírus
Somente ontem (20) foram
registrados 181 novos casos de covid-19 no Acre, totalizando 54,7 mil infecções
desde o início da pandemia. De acordo com o governo estadual, 278 pessoas estão
internadas devido a doença e 957 morreram.
Dengue
A estimativa do governo
estadual é de que a dengue seja responsável por 80% dos atendimentos nas
unidades de pronto atendimento de Rio Branco, chegando a 8,6 mil casos
suspeitos.
Por Daniel Mello- Repórter
da Agência Brasil
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