Dia Mundial do Rádio: relevância do acesso à informação e da liberdade de expressão.
A data foi escolhida em
homenagem à primeira emissão de um programa da Rádio das Nações Unidas, em 1946.
Todos os anos, no dia 13 de
fevereiro, o planeta inteiro celebra o dia do veículo de comunicação que está
mais perto da população, dos trabalhadores e das famílias. Trata-se do Dia
Mundial do Rádio. Nesta data, um dos objetivos da lembrança é conscientizar os
grandes grupos radiofônicos, assim como as rádios comunitárias, sobre a
relevância do acesso à informação, da liberdade de expressão e gênero dentro
deste setor.
O comunicador Erialdo Costa
ingressou no rádio em 1988, na Rádio Asa Branca FM 99,5, com sede no município
cearense de Boa Viagem. Ele se diz honrado em comemorar esta data e ressalta
que o rádio é uma ferramenta de suporte ao debate e à promoção cultural, que
também atua em casos emergência social.
“Já naquela época, eu
buscava fazer, mesmo em um programa musical, um rádio diferente, aproximando
cada vez mais o ouvinte com quadros como o ‘Consultório do Rádio’, no qual um
médico fazia consultas por meio de cartas em que os ouvintes escreviam contando
seus problemas de saúde”, pontua.
E, ao destacar um caso
inusitado ao longo da carreira, o radialista lembrou o fato de uma ouvinte não
conseguir associar o timbre de voz dele ao porte físico da época.
“Chaga uma jovem de um
município vizinho ao meu, querendo falar com Erialdo Costa, e eu estava no
corredor e disse: pois não, em que posso servi-la? ‘Eu quero conhecer e falar
com o Erialdo’. E respondi que eu era o Erialdo. Ela então pediu para eu sair
da frente e deixar de brincadeira, porque queria conhecer o Erialdo. Quando
abriu a porta do estúdio e não viu ninguém já foi me perguntando: ‘você é o
Erialdo’? Eu disse que sim. Ela respondeu da seguinte forma: ‘eu pensei que o
Erialdo era um homem’, se referindo à questão do meu porte físico, porque pelo
timbre de voz ela imaginou que eu era um homenzarrão”, relata.
Para Pedro Luiz Ronco,
locutor da Band FM, o rádio é veículo de comunicação mais importante que
existe, pois de qualquer lugar do mundo é possível ouvi-lo. “É companhia em
todos os locais, em todos os lugares, em todas as horas. Eu me sinto muito
gratificado por ter essa profissão de radialista, jornalista e de trabalhar há
48 anos no Grupo Bandeirantes. Fui repórter e estou na Band FM há 33 anos com o
programa A Hora do Ronco. Rádio para mim é vida!”, comemora.
Mesmo sendo um dos veículos
de comunicação mais antigos, atualmente, o rádio ainda é responsável pelos
maiores índices de audiência. Responsável pelo Núcleo de Estudos de Rádio,
certificado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul junto ao CNPq, Luiz
Artur Ferraretto afirma que isso também se tornou possível pela capacidade de
adaptação que o rádio encontrou, acompanhando a evolução das tecnologias e
equipamentos ao longo do tempo.
“Com a chegada da internet e
celular, entramos na fase de convergência. Nessa fase, formatos que tinham sido
abandonados, como a rádio novela, parte da programação humorística e seriados
infantis, por exemplo, começam a voltar em forma de podcast. Para os
pesquisadores de rádio, podcast também é rádio, pois tem linguagem radiofônica
e uma proximidade muito grande com o que a gente fez e faz”, explica.
Na terceira geração de
ouvintes de rádio, o psicanalista e morador de Porto Alegre, Luciano Mattuella,
de 38 anos, conta que, assim como seu avô, utilizava o veículo para ajudá-lo a
pegar no sono, já que tinha dificuldade para dormir quando era criança.
“Eu só conseguia dormir com
a TV ligada. Só que eu ficava apavorado quando acordava no meio da madrugada e
via que tinha acabado a transmissão. Até que eu ganhei um rádio relógio,
daqueles clássicos, e redescobri algo que meu avô já sabia: que o rádio,
diferentemente da TV que acabava a programação, era infinito. Então, não
importava a hora que eu fosse acordar no meio da noite, pois o rádio estava
sempre ali”, relembra.
O dia 13 de fevereiro foi
escolhido em homenagem à primeira emissão de um programa da Rádio das Nações
Unidas, em 1946. A transmissão do programa foi em simultâneo para um grupo de
seis países. A data foi oficializada em 2011, pela Organização das Nações Unidas
para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO). O primeiro Dia Mundial do Rádio
foi celebrado somente em 2012.
Fonte: Brasil 61 -
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