Pazuello: governo distribuirá 4,7 milhões de doses da vacina até março.
Ministério estuda ampliar
grupo prioritário, incluindo professores
O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, garantiu, nesta sexta-feira (19), a uma comissão da Frente Nacional de Prefeitos (FNP), que o governo distribuirá mais de 4,7 milhões de doses da vacina contra a covid-19 até o começo de março.
Ao conversar, por
videochamada, com o presidente da entidade, o ex-prefeito de Campinas, Jonas
Donizette, e outros nove prefeitos, o ministro afirmou que, a partir do próximo
dia 24, o ministério começará a distribuir às secretarias estaduais de saúde
cerca de 2,7 milhões de doses da vacina CoronaVac, produzidas no Brasil pelo
Instituto Butantan, e outros dois milhões de doses da AstraZeneca que o governo
está importando da Índia.
Segundo o ministro, todo o
novo lote será usado para vacinar apenas pessoas dos grupos prioritários que
ainda não receberam a primeira dose do imunizante. A medida visa acelerar o
processo de vacinação no país. “Neste novo momento da campanha, a vacina do
Butantan será aplicada em dose única, com o objetivo de ampliar a vacinação e
atender ainda mais brasileiros. Com isso, entramos em março com a expectativa
de vacinar novos grupos”, disse o ministro à comissão da FNP.
A segunda dose da vacina do
Butantan será aplicada de 14 a 28 dias após a primeira, conforme orientação do
fabricante e dependerá dos novos lotes que devem chegar ao país até março.
Logo após o término da
conversa, o presidente da frente disse a jornalistas que o ministro sugeriu aos
prefeitos que receberem ofertas para adquirir eles próprios suas vacinas, que
encaminhem os representantes dos laboratórios farmacêuticos ao ministério.
“Há um problema acontecendo.
Muitas cidades e estados [estão] dizendo: “Ah! A gente compra por aqui”. O
ministro foi muito enfático: quem tem vacina para vender pode mandá-las para o
ministério que a pasta compra”, comentou Donizette, acrescentando que compete
ao governo federal centralizar a aquisição de vacinas.
“Há municípios que, às
vezes, querem fazer a compra, mas nós temos o Programa Nacional de Imunização.
Logo, se existe disponibilidade de vacina à venda, todas devem ir para o
programa nacional, embora eu ache que também pudéssemos contar com a iniciativa
privada, que pode comprar e doar os imunizantes para o programa nacional
[coordenado pelo ministério]”, acrescentou Donizette.
A expectativa ministerial é
receber outras 39 milhões de doses de vacinas ao longo do próximo mês: 21
milhões do Instituto Butantan e 18 milhões da AstraZeneca, sejam das produzidas
pela Fiocruz, sejam importadas.
Educação
Em nota divulgada logo após
o término da reunião, o Ministério da Saúde afirma que estuda incluir novos
grupos entre os já considerados prioritários (idosos, profissionais de saúde,
indígenas que vivem em territórios tradicionais e portadores de necessidades
especiais que vivem em instituições, dentre outros grupos que deverão ser
vacinados gradualmente, conforme a disponibilidade do imunizante). A pasta
afirma que a expectativa é incluir novos grupos a partir de março.
Já segundo Donizette, o
ministro teria sinalizado positivamente a uma das principais reivindicações da
FNP: a antecipação da vacinação dos profissionais de educação de todo o país
"O ministro aceitou
nossa sugestão de priorizar o pessoal da educação, e disse que quer colocá-los
dentro do mês de março. Os prefeitos perguntaram se podem assumir este compromisso
[publicamente], falar que vão vacinar os professores em março, e ele pediu mais
alguns dias para poder confirmar [a notícia], mas também disse que a intenção é
esta: trazer a vacinação dos professores para março", acrescentou
Donizette.
Questionado sobre a
possibilidade de os profissionais de educação começarem a ser vacinados no
próximo mês, o ministério informou que o assunto está em análise e depende de
uma série de fatores que precisam ser coordenados como o cronograma de
recebimento das vacinas.
No último dia 12, a Frente
Nacional de Prefeitos já tinha enviado ao Ministério da Saúde um ofício
destacando a importância de que professores e demais trabalhadores de
estabelecimentos de ensino sejam imunizados, sob risco de, com a retomada das
aulas presenciais em várias partes do país, a categoria se tornar vetor de
disseminação da covid-19.
Hospitais
O ministro da Saúde também
garantiu aos prefeitos que o ministério pagará às prefeituras pela utilização,
de janeiro a março, de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para
pacientes com a covid-19. “Foi garantido o pagamento integral de todos os
leitos habilitados de janeiro e fevereiro”, explicou Donizette, atribuindo ao
ministro a informação de que o dinheiro só não foi liberado por questões
legais.
“Segundo o ministro, a lei
orçamentária ainda não foi aberta, mas há uma expectativa de que, a qualquer
momento, o ministério receba um crédito adicional para poder pagar por estes
leitos às prefeituras”, afirmou o presidente da FNP.
Além de Donizette, participam
da conversa com o ministro da Saúde e com secretários do ministério os
prefeitos David Almeida (Manaus); Edvaldo Nogueira (Aracaju); Edmilson
Rodrigues (Belém); Rafael Greca (Curitiba); Sebastião Melo (Porto Alegre);
Emanuel Pinheiro (Cuiabá); Bruno Reis (Salvador); Eduardo Paes (Rio de Janeiro)
e Duarte Nogueira (Ribeirão Preto).
Por Alex Rodrigues -
Repórter da Agência Brasil -
Nenhum comentário