Petrobras anuncia reajuste nas refinarias de 4,8% na gasolina e 5% no diesel.
O reajuste será feito a
partir desta terça-feira (2). No ano, a gasolina já aumentou 42%, enquanto o
diesel subiu 34% nas refinarias.
A Petrobras anunciou, nesta
segunda-feira (1º de março), novo reajuste nas refinarias de 4,8% na gasolina e
5% no diesel. Isso significa uma alta de R$ 0,12 no preço da gasolina para R$
2,60 por litro e um acréscimo de R$ 0,13 no diesel para R$ 2,71 por litro. O
reajuste passa a valer nesta terça (2).
Já o preço médio do gás de
cozinha (GLP) para as distribuidoras passará a ser de R$ 3,05 por kg
(equivalente a R$ 39,69 por 13kg), refletindo um aumento médio de R$ 0,15 por
quilo (equivalente a R$ 1,90 por 13kg).
No ano, a gasolina já
aumentou 42%, enquanto o diesel subiu 34% nas refinarias. Isso significou um
avanço de 8,8% da gasolina nos postos de combustíveis no ano até esta
segunda-feira. Se a alta anunciada nesta segunda-feira for repassada
integralmente, a alta nas bombas de gasolina passará a ser de 14%.
Com a alta anunciada nesta
segunda, chega ao fim a defasagem de 5% entre o preço da gasolina praticado
pela Petrobras e o quanto o combustível deveria custar caso estivesse
completamente alinhado com as cotações internacionais, segundo cálculos da
corretora Ativa.
Aliás, o avanço dos preços
foi o estopim para o presidente Jair Bolsonaro anunciar a substituição de
Roberto Castello Branco pelo general Joaquim Silva e Luna no comando da
Petrobras, em suas redes sociais, um dia depois do mais recente aumento.
A equipe do general já
entrou em contato com a Petrobras para iniciar o processo de transição para a
nova gestão da companhia, que deve ser iniciada entre o final de março e o
início de abril. O Conselho de Administração da Petrobras aprovou a realização
de uma assembleia de acionistas da para aprovar o nome de Luna como
conselheiro. O passo seguinte será elegê-lo presidente, no lugar de Castello
Branco.
Em teleconferência com
analistas para apresentar os resultados trimestral e anual da companhia,
realizada na última quinta-feira (25), Castello Branco defendeu a política de
preços de combustíveis da estatal, a Política de Paridade Internacional (PPI).
"É surpreendente
dedicarmos tanta atenção ao tema da PPI no século 21. Petróleo é commodity,
cobrada em dólar, não há como fugir", afirmou. "A empresa ainda é
muito endividada, em dólar; como conciliar com receita em real?", disse o
executivo, acrescentando que se o Brasil quer ser uma economia de mercado, tem
que ter economia de mercado.
Por falar em resultado, a
Petrobras teve o maior lucro trimestral da história das empresas de capital
aberto no Brasil, segundo a empresa de análises econômicas Economatica. O lucro
líquido foi de R$ 59,9 bilhões, um aumento de mais de 634% em relação ao mesmo
período de 2019, quando havia lucrado R$ 8,15 bilhões.
Política de reajustes
Desde 2016, a Petrobras, que
domina mais de 80% da oferta de combustíveis no país, adota uma política pela
qual ela repassa integralmente a variação da cotação do petróleo, que é
negociado em bolsas internacionais, para o preço da gasolina e do diesel que ela
vende aqui. Como a cotação é em dólar, o preço também acompanha as variações do
câmbio.
No ano, o dólar já subiu 8%,
enquanto o barril de petróleo registra alta de 27,65% (em dólares).
Até 2018, essas correções
chegaram a ser quase diárias, mas, depois da greve feita pelos caminhoneiros
naquele ano, em protesto pelas altas do diesel, essas correções passaram a ser
mais espaçadas.
Natália Flach e André Jankavski, do CNN Brasil Business, em São Paulo
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