Delegada e escrivão da Polícia Civil da PB são presos por suspeita de cobrar dinheiro para arquivar inquérito.
Segundo o MPPB, suspeitos
ofereceram 'facilidades' a um policial rodoviário federal.
Uma delegada e um escrivão
da Polícia Civil da Paraíba foram presos nesta quinta-feira (22) em Alagoa
Grande, no Agreste do estado, pelo crime de concussão, que é quando alguém faz
uso de um cargo público para obter vantagens indevidas. As prisões aconteceram
durante a Operação 'Cara de Pau', realizada pelo Ministério Público da Paraíba
(MPPB). Segundo o órgão, os dois suspeitos tentaram tirar dinheiro de um
policial rodoviário federal.
De acordo com Túlio César
Fernandes Neves, promotor Membro do Núcleo de Controle Externo da Atividade
Policial (Ncap) do Ministério Público da Paraíba (MPPB), a delegada e o
escrivão da delegacia de Alagoa Grande, Maria Solidade de Sousa e Alexandre de
Souza teriam oferecido ao policial rodoviário federal o arquivamento de um
inquérito em que este seria réu.
A partir daí, a delegada
teria combinado com o policial o pagamento de uma quantia de R$ 5 mil, que
seria paga em duas parcelas. A primeira parcela foi paga em 10 de abril e a
segunda seria nesta quinta-feira (22), antes do pagamento desta segunda
parcela, o servidor denunciou o crime e o Ncap acompanhou a ação.
Nesta quinta-feira, o Gaeco
e o Ncap cumpriram os dois mandados de prisão contra os suspeitos e três
mandados de busca e apreensão na delegacia de Alagoa Grande e na residência dos
suspeitos em João Pessoa.
Ainda de acordo com
informações do Ncap, o juiz da comarca de Alagoa Grande determinou que Maria
Solidade e Alexandre fossem encaminhados para a Central de Monitoramento do
Estado, onde serão colocadas tornozeleiras eletrônicas nos suspeitos, e
seguirão para prisão preventiva domiciliar.
De acordo com o MPPB, o nome
da operação “Cara de Pau” foi em alusão ao "atrevimento dos dois acusados
de cometerem um ato de concussão dentro de uma delegacia, achando que não
responderiam pela conduta". O crime está previsto no Artigo 316 do Código
Penal, como o ato de exigir vantagem indevida, na qualidade de servidor
público.
Procurada pelo G1, a Polícia
Civil da Paraíba disse que deve divulgar um posicionamento sobre o caso ainda
nesta quinta-feira.
A defesa da delegada Maria
Solidade disse que a cliente é inocente e que buscará a revogação da prisão.
Afirmou também que não teve acesso à investigação que resultou na prisão dela.
A defesas do escrivão não
foi localizada para falar a respeito da prisão.
Por G1 PB
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