João Azevêdo apresenta dois projetos em reunião com o ministro da Saúde.
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Foto: Ricardo Puppe |
O governador João Azevêdo se
reuniu, neste sábado (26), no Palácio da Redenção, em João Pessoa, com o ministro
da Saúde, Marcelo Queiroga, ocasião em que foi apresentada a proposta de
desenvolver na Paraíba um projeto piloto que visa à reestruturação da política
de saúde pública para a rede de urgência e emergência no país e discutida a
possibilidade de realizar uma vacinação em massa da população de Sousa, no
Sertão da Paraíba.
O chefe do Executivo
estadual ressaltou a importância da união de esforços para viabilizar o
desenvolvimento dos projetos na área da saúde no estado. “Nós queremos fazer
uma pesquisa para que esse resultado seja utilizado pela comunidade científica
em relação à vacinação no município de Sousa, que apresentou uma alta taxa de
transmissibilidade, bem como prestar a assistência ao trauma de maneira
eficiente, fazendo com que esse estudo seja adequado para cada estado de acordo
com a realidade de cada um”, frisou.
Por sua vez, o ministro da
Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou que as propostas apresentadas pela gestão
estadual serão analisadas e destacou a importância dos estudos na busca de
novas informações e soluções. “O tema da vacinação em massa será submetido à
avaliação das Comissões de Ética e Pesquisa e, sendo aprovado, o Ministério da
Saúde dará o suporte técnico para a pesquisa que contribuirá com as respostas
que a sociedade quer como um todo, a exemplo da intercambialidade de doses e
avaliação genômica de eventuais variantes do vírus. Nós também vamos fazer a
análise técnica do projeto do Trauma e trabalhar em conjunto para instituir uma
política de enfrentamento que traga resultados melhores para esse problema de
saúde pública”, comentou.
Projeto Trauma Brasil 2021 a
2030 - Idealizado a partir de experiências já implementadas em outros países, a
exemplo de Israel, Austrália, Estados Unidos e Canadá, onde foi constatada a redução
de cerca de 80% das mortes evitáveis por traumas. A proposta é de que a Paraíba
seja protagonista na implantação do novo modelo, com o desenvolvimento de um
sistema organizado de atendimento ao trauma a partir de um esforço coordenado e
integrado com o sistema de saúde público local para prover todos os cuidados
necessários voltados para os pacientes traumatizados.
A proposta também sugere a
criação de uma Secretaria de Atenção ao Trauma e de um Comitê Nacional de
Trauma, bem como a revisão das portarias da Rede de Urgência e Emergência, com
a inclusão do Trauma; criação de comitês regionais; definição de número de
Centros de Traumas por região e de protocolos de transferências pré-hospitalar
e intra-hospitalar; e instituição de selos de qualidade nos Centros de Trauma e
para cirurgiões com residência em Trauma ou Trauma e Emergência. As ações têm o
objetivo de reduzir mortes evitáveis e promover o controle de custos e de
qualidade.
A Assembleia Geral da
Organização Mundial da Saúde (OMS) definiu os anos de 2021 a 2030 como a
segunda década de ação pela segurança no trânsito e estipulou a meta de
diminuição de pelo menos 50% de lesões e mortes por acidentes no mundo.
“A escolha da Paraíba não
foi aleatória pela Sociedade Brasileira de Atendimento ao Trauma, mas ocorreu
em decorrência das duas grandes estruturas hospitalares que temos em João
Pessoa e Campina Grande. Esse projeto piloto visa à diminuição, em dez anos, de
50% do número de mortes ocorridas por trauma, seja por agressões interpessoais
ou acidentes de trânsito ou de trabalho”, explicou o secretário de Estado da
Saúde, Geraldo Medeiros.
Vacinação populacional em
massa – Devido à elevação da taxa de transmissibilidade em Sousa, o município
foi escolhido para realizar o possível projeto piloto, a partir da testagem de
toda a população acima de 18 anos e, posteriormente, com a vacinação em massa,
na construção de uma parceria entre o Governo do Estado, Ministério da Saúde,
Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e o laboratório responsável pela
fabricação dos imunizantes.
A taxa de transmissibilidade
no município do Sertão paraibano está em 1,25 e chegou a 3,35 no início de
junho. A cidade registra, até o momento, 6.953 casos de pessoas diagnosticadas
com a Covid-19 e 127 óbitos.
“O mês de maio e a primeira
quinzena de junho mostraram uma altíssima taxa de transmissibilidade do
coronavírus no Sertão e nós escolhemos um ambiente de alta transmissão, que já
tem uma fração da população vacinada pelo PNI, mas ainda há uma parte das
pessoas que ainda não está imunizada e a ideia seria levar um estudo de
cobertura vacinal total para compreendermos a efetividade dessa ação e
aguardamos a deliberação do Ministério”, afirmou o secretário executivo da
Gestão da Rede de Unidades de Saúde da Paraíba, Daniel Beltrammi.
Em Sousa, 21.994 pessoas já
foram vacinadas com a primeira dose e 10.860 com a segunda dose das vacinas
contra a Covid-19. A população estimada acima de 18 anos é de 49.105.
A reunião também contou com
as presenças dos médicos do Hospital Albert Einstein e integrantes da Sociedade
Brasileira de Atendimento ao Trauma, Milton Steinman (doutor em Cirurgia pela
Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo) e Gustavo Braga (professor
e doutor em Cirurgia pela Universidade Estadual de Campinas), além de secretários
de Estado e de auxiliares do Ministério da Saúde.
Secom PB
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