Petrobras anuncia aumento de 5,9% do gás de cozinha nas distribuidoras.
Reajuste passa a valer a
partir de segunda-feira (14)
A Petrobras anunciou, nesta
sexta-feira (11), aumento do gás de cozinha. A partir de segunda-feira (14), o
preço médio de GLP sofrerá reajuste de 5,9% nas distribuidoras para R$ 3,40 por
quilograma (kg), o que representa aumento médio de R$ 0,19 por kg.
Nesta sexta, a petroleira
também anunciou redução de 2% da gasolina nas refinarias, a partir de sábado. O
preço médio do diesel, por sua vez, não sofrerá alterações.
"Importante reforçar o
posicionamento da Petrobras que busca evitar o repasse imediato para os preços
internos da volatilidade externa causada por eventos conjunturais. Nossos
preços seguem buscando o equilíbrio com o mercado internacional e acompanham as
variações do valor dos produtos e da taxa de câmbio, para cima e para
baixo", afirma a companhia, em comunicado.
A Petrobras reforça que
"os valores praticados nas refinarias são diferentes dos percebidos pelo
consumidor final no varejo". A empresa lembra que até chegar ao consumidor
são acrescidos "tributos federais e estaduais, custos para envase pelas
distribuidoras, além dos custos e margens das companhias distribuidoras e dos
revendedores".
Custo do gás no Brasil
O “carro do gás passando na
sua rua” está anunciando preços mais salgados nos últimos meses, como você já
deve ter reparado. Já não é raro encontrar botijões de 13 kg vendidos a mais de
R$ 100 –na região Norte, por exemplo, o preço chega a R$ 113.
Em maio, o preço do gás de
cozinha subiu 1,24%, em média, em todo o Brasil, segundo o IBGE (Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística). Já o gás encanado teve aumento de
4,58%.
Considerando que a conta de
luz subiu 5,73% e a conta de água e esgoto teve aumento de 1,61%, o grupo
Habitação foi o que teve mais impacto no IPCA (Índice de Preços ao Consumidor
Amplo) em maio, sendo responsável pelo incremento de 0,28 percentual. No mês
passado, a inflação oficial do Brasil avançou 0,83%, a maior taxa para o mês
desde 1996.
E para quem se pergunta se o
preço do gás vai cair, podemos dizer que o cenário não é tão animador assim.
Primeiro, temos que entender
os fatores que determinam o preço do gás no Brasil. O economista e professor da
FGV-RJ (Fundação Getulio Vargas) Mauro Rochlin conversou com o CNN Brasil
Business para explicar a formação de preço do combustível.
O gás de cozinha ou encanado
é um derivado do petróleo. Portanto, o preço do combustível fóssil é o
principal fator para a formação de preço do botijão. E é aí que a coisa começa
a ficar complicada.
O barril do petróleo Brent
era negociado a US$ 72,40 nesta quinta-feira, muito próximo do patamar
pré-pandemia –em 20 de maio de 2019, a cotação alcançou US$ 72,83. No período
mais agudo da recente crise econômica, o preço do barril do Brent chegou a
afundar para US$ 22,74.
Portanto, se o petróleo está
mais caro, o gás na sua cozinha também ficará.
Ainda é preciso considerar
que a commodity é negociada em dólares. Hoje, cada dólar vale cerca de R$ 5. É
verdade que o real está se valorizando ante a moeda norte-americana, mas a alta
do preço do petróleo vem anulando este que seria um fator positivo no preço do
gás.
O governo interveio e zerou
a alíquota de PIS e Cofins que incide sobre o gás de cozinha, mas a redução no
preço não chegou ao consumidor porque as empresas aproveitaram para ter alguma
margem de lucro.
"Muitas companhias já
avisaram que, analisando a planilha de custos, não poderão repassar a queda do
imposto, ou seja, a medida só vai ajudar a aumentar a lucratividade das
distribuidoras", disse, em março, o presidente da Associação Brasileira
dos Revendedores de Gás Liquefeito de Petróleo (Asmirg), Alexandre Borjaili.
Natália Flach e Leonardo Guimarães, do CNN Brasil Business, em São Paulo
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