Polícia investigará se Lázaro atuou como jagunço e teve ajuda na fuga.
“As investigações não acabam
aqui", disse Rodney Miranda
A morte do fugitivo Lázaro
Barbosa, na manhã desta segunda-feira (28), não põe fim ao trabalho da Polícia
Civil de Goiás, que, a partir de agora, centrará esforços para esclarecer se o
acusado de ter cometido múltiplos assassinatos recebeu ajuda para escapar ao
cerco dos agentes de segurança por 20 dias.
“As investigações não acabam
aqui. Ainda temos algumas pessoas para investigar e prender”, disse a
jornalistas o secretário de Segurança Pública de Goiás, Rodney Miranda. Segundo
ele, a Polícia Civil já está investigando a suspeita de que Lázaro agia como
matador de aluguel e contou com o auxílio de pessoas que não queriam que ele
fosse preso.
O principal alvo da apuração
da suposta ligação de Lázaro com matadores é, de acordo com Miranda, o dono de
uma chácara onde o fugitivo chegou a se esconder e obter alimentos, Elmi
Caetano Evangelista, preso na última quinta-feira (24).
“O empresário [chacareiro]
que está preso é um dos líderes da organização”, disse o secretário, afastando
a tese de que Lázaro atuava sozinho. “Mais para frente, quando a investigação
estiver finalizada, colocaremos [todas as informações] para vocês. Mas já há
uma linha de apuração. Uma das coisas [hipóteses] é de que ele [Lázaro] atuava
como jagunço ou segurança para algumas pessoas”, afirmou o secretário estadual,
declarando que a suposta "organização" pode estar envolvida com
crimes como latrocínio e assassinatos nos quais Lázaro pode ter participação.
Segundo Miranda, Lázaro
trocou de roupas várias vezes (“Uma prova de que ele tinha uma rede que o
acobertava”) e, ao ser morto, estava com cerca de R$ 4,4 mil no bolso. O que,
para o secretário, evidencia não só sua intenção de seguir fugindo, mas também
que ele contava com o suporte de outras pessoas. O dinheiro é, certamente, um
indicativo de que ele estava querendo sair do estado ou do país. E esta questão
dele querer fugir, logicamente com o patrocínio [de terceiros], tinha gente
interessada em que ele não fosse preso.
Lázaro foi surpreendido por
policiais quando chegava à casa de sua ex-sogra, na zona rural de Águas Lindas
(GO), a cerca de 50 quilômetros de Brasília. “Ele foi para encontrar com ela.
Nós já estávamos monitorando, tentamos pegá-lo no momento [em que ele se aproximou],
mas ele chegou a ameaçar alguns policiais”, contou Miranda, explicando que após
ser cercado, Lázaro trocou tiros com os policiais e foi baleado. Sua ex-esposa
e sua ex-sogra foram conduzidas para prestar depoimento.
Socorrido com vida, Lázaro
foi levado ao Hospital Municipal Bom Jesus, de Águas Lindas de Goiás (GO), mas
não resistiu aos ferimentos. Seu corpo já foi transferido para o Instituto
Médico Legal (IML) de Goiania, onde será periciado antes de ser liberado para
que sua família providencie o enterro.
Lázaro é acusado de
assassinar quatro pessoas da mesma família em uma chácara no Distrito Federal.
Uma quinta vítima teria sido feita refém em Goiás. Ele ainda é suspeito de
balear três pessoas no município de Cocalzinho de Goiás, onde se concentraram
as buscas. Além disso, já tinha sido condenado por homicídio na Bahia.
A Agência Brasil conversou,
por telefone, com o advogado do chacareiro Elmi Caetano Evangelista, Ilvan
Barbosa, que informou que só se pronunciará sobre o caso por meio de uma nota
que divulgará ainda hoje.
Por Alex Rodrigues - Repórter da Agência Brasil -
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