Covid-19: disseminação da variante Delta já supera meses iniciais da pandemia.
A Delta multiplicou sua cota
por nove, indo de 2,3% para 21,5% entre junho e julho.
A disseminação da variante
Delta do coronavírus no Brasil está mais agressiva que a cepa identificada no
início da pandemia. De acordo com dados da Rede Genômica Fiocruz, enquanto a
variante Gama, a cepa P.1, identificada inicialmente em Manaus, dobrou sua
participação do segundo para o terceiro mês de presença, passando de 11,5% para
23,6% dos casos entre dezembro de 2020 e janeiro deste ano, a Delta, originária
da Índia, multiplicou sua cota por nove em período similar, indo de 2,3% para
21,5% entre junho e julho.
A variante indiana foi
identificada em 13 estados brasileiros e no Distrito Federal, segundo o
Ministério da Saúde, e os governos locais estão tentando evitar a expansão.
No Distrito Federal, dos 82
casos confirmados da variante Delta, 21 são de pessoas residentes da região
administrativa de Planaltina. De acordo com o secretário de Saúde do Distrito
Federal, Osnei Okumoto, todos são casos de transmissão comunitária e a
vigilância da pasta está observando de perto.
Além do sequenciamento, o
secretário explicou a estratégia adotada para conter o avanço na região. “O
mais importante é o acompanhamento domiciliar desses pacientes e internação
domiciliar. A gente não tem observado gravidades com pacientes variante delta
aqui no Distrito Federal”, declarou.
Estudos apontam que a
mutação é 60% mais contagiosa e que a carga viral dos infectados é até 1.260
vezes maior do que nos afetados com variantes anteriores do vírus causador da
covid-19.
O surto no Distrito Federal
teve início no Hospital de Apoio de Brasília, que chegou a suspender as
internações. Entre os 82 casos, 34 são profissionais de saúde, a maioria (29)
atua no Hospital de Apoio. Há quatro infectados internados, entre eles, uma
criança. Os demais pacientes têm idades entre 40 e 69 anos.
Apesar de não haver registro
de que a variante seja mais agressiva ou cause mais mortalidade, considerando o
número de pessoas não imunizadas, a infectologista Joana Darc Gonçalves avaliou
o risco de complicação pela sua transmissibilidade.
“A variante delta é de
preocupação porque como ela transmite mais, a gente pode ter um número maior de
doentes. Tendo um número maior de doentes, a possibilidade de ter comorbidades
que possam complicar e vir a óbito também pode ser maior”, afirmou.
Segundo a pesquisadora e
chefe do laboratório de Virologia Molecular da Fiocruz Rondônia, Deusilene
Vieira, só o monitoramento da variante é capaz de auxiliar os governos
estaduais na tomada de decisões para evitar a expansão da variante para outros
locais.
“Uma das estratégias
utilizadas para conter a expansão dessas variantes além do monitoramento é
fazer uma interlocução com as agências de vigilâncias públicas, repassando
essas informações para que medidas sejam adicionadas”, destacou.
Vacinação
Com o objetivo de tentar
conter o avanço da variante Delta do coronavírus, o ministro da Saúde, Marcelo
Queiroga, anunciou, neste final de semana, a antecipação da segunda dose dos
imunizantes da Pfizer a partir de setembro. Pesquisas apontam que a
proteção contra essa cepa só ocorre com a segunda dose.
O intervalo estimado entre
as doses é de aproximadamente três meses. A previsão inicial da fabricante era
de a segunda dose ocorrer após 21 dias. Porém, o prazo foi esticado para três
meses no Brasil e outros países para vacinar a maior quantidade possível de pessoas
com a primeira dose.
Cerca de 54,25% da população
brasileira já recebeu a primeira dose da vacina contra a Covid-19. A população
totalmente imunizada contra Covid no País – que tomaram a segunda dose ou a
dose única de vacinas contra a doença – chegou a 23,43%.
Fonte: Brasil 61 -
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